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Gigante cargueiro

Veja como ficou o interior do primeiro A380 destinado ao transporte de cargas

Após retirada dos assentos avião ganhou volume de 297,85m³ para acomodação de encomendas


Após a retirada das poltronas criou um espaço o interior destinado a cargas do A380 ganhou volume de 297,85m³

A portuguesa HiFly, especializada em voos fretados, concluiu a conversão do primeiro Airbus A380 do mundo para transporte exclusivamente cargueiro. O super Jumbo teve todas suas poltronas removidas, possibilitando um volume total de 297,85 metros cúbicos.

Ainda que tenham sido mantidos os compartimentos de bagagens de mão, a companhia deverá utilizar o espaço para acomodar cargas mais leves e de menor volume, ampliando assim a capacidade de transporte do avião.

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O uso dos dois pisos da cabine de passageiros, se soma aos amplos porões do avião, que possuem 133,3 metros cúbicos. Uma das curiosidades do uso do A380 em voos cargueiros é o modelo ser o primeiro no mundo a acomodar cargas em dois níveis. Ainda que o 747 tenha, em alguns casos, no piso superior uma área para acomodar pequenas encomendas, o A380 foi configurado para levar carga em todo o deck.

Ilustração permite visualizar a disposição da carga a bordo da cabine de passageiros após retirada das poltronas

Todavia, não se trata de uma conversão para uma aeronave puramente cargueira, o que exigiria amplas mudanças estruturais, como reforço no piso e parte fuselagem, assim como a instalação de portas dedicadas ao embarque de amplos volumes, como pallets e containers.

Note que mudança envolveu apenas a retirada da maior parte dos assentos, sem afetar configuração ou estrutura da aeronave

A HiHly seguiu a tendência atual, apenas retirando os assentos e instalando redes de carga no piso. O modelo permite transportar volumes na cabine de passageiro, mantendo a mesma distribuição de peso existente quando configurado com assentos.

Marcações no chão auxíliam equipes a terem referências das estações para o correto balanceamento do avião

A demanda mundial por itens de suprimento médico, como máscaras, luvas e demais equipamentos de proteção individual, tornou viável o uso de aeronaves de transporte de passageiros para movimentação de carga.O pequeno peso unitário das embalagens e seu tamanho reduzido permite acomodar os objetos até mesmo sobre os assentos. No caso do A380, ao retirar as poltronas, criou-se dois amplos salões com 164,56 metros cúbicos cada um.

Ainda assim, não existe expectativa de um dia o A380 ser convertido em uma aeronave puramente cargueira. Atualmente um dos entraves é o elevado custo envolvido em uma conversão, que exige além de extensas mudanças estruturais, um processo oneroso de certificação.

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Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 08/07/2020, às 11h30 - Atualizado às 16h14


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