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A moda keynesiana

South African Airways negocia empréstimo de US$1,2 bilhão

Acordo deverá envolver apoio estatal no processo de reestruturação da empresa aérea


Paralisação gerada pela Covid-19 agravou a situação da South African Airways

Com o seu futuro incerto, a sul-africana South African Airways (SAA) ganhou mais um capítulo no seu plano de salvação. O projeto elaborado por especialistas em recuperação de empresas em dificuldade,  prevê uma ajuda financeira no valor de 21 bilhões de rands (US$1,2 bilhão).

O valor é suficiente para a empresa atravessar o período atual da crise do coronavírus, permitindo uma sobrevida até o setor aéreo apresentar a retomada em escala global. Mesmo com divergências internas, o governo da África do Sul está tendo dificuldades em negociar as dívidas da companhia com os seus credores.

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Em meados de maio, a companhia recebeu o prazo de 25 dias para elaborar um plano de resgate, o que não descarta a possibilidade do surgimento de uma nova companhia estatal, substituindo a atual ou mesmo utilizando a mesma marca, mas dividindo a empresa em duas. O processo é similar ao adotado no Brasil na época da Varig, separando os ativos do passivo, algo também realizado na Itália, na tentativa de resgate da Alitalia. 

Caso a South African Airways não consiga um empréstimo emergencial, uma segunda alternativa seria a abertura de uma nova empresa controlada pelo Departamento de Empresas Públicas (DPE), para assumir todos os ativos da companhia aérea. O DPE ficaria responsável por arcar com todos os custos financeiros da criação de uma nova empresa, além de ser responsável por negociar as dívidas existentes da SAA. Neste caso, o empréstimo de US $ 1,2 bilhão seria exclusivo para os custos da reestruturação. 

Não é a primeira vez que a companhia recorre ao governo para pedir ajuda financeira. Nos últimos três anos o governo arcou com mais de US$ 1,07 bilhão de dívidas para poder manter a SAA em funcionamento. A enorme dívida e de passivos diversos é resultado das péssimas gestões passadas que atrapalharam o desenvolvimento da empresa, mesmo diante de um crescimento considerável do mercado de aviação comercial em todo o mundo, incluindo na África do Sul.

Para o cenário de 2020, além da crise financeira de longa data, a companhia viu toda a sua frota ficar em solo por conta da pandemia do novo coronavírus, o que ainda ameaça a demissão em massa de funcionários.

Caso o empréstimo estatal não se concretize, poderá ser o fim da linha aérea que completou de 86 anos de história, sendo não apenas a principal da África do Sul, mas uma das mais importantes de todo o continente africano.

Por Gabriel Benevides
Publicado em 02/06/2020, às 16h00 - Atualizado às 18h24


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