Sindicato brasileiro manifesta apoio a greve e rejeita possível participação de empresas do Brasil
O Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) expressou seu apoio à greve dos pilotos e comissários da Argentina, que reivindicam reajuste salarial desde o dia 19. De acordo com sindicatos locais, a paralisação, iniciada pelos tripulantes da Aerolíneas Argentinas, ocorre devido à defasagem salarial em torno de 80%, resultado da inflação de 190% no último ano.
O SNA também demonstrou preocupação com o governo argentino, que negocia com companhias aéreas de outros países, incluindo empresas do Brasil, para que assumam as operações da estatal argentina.
A prática, chamada de cabotagem, é vista como uma ameaça à liberdade sindical e um precedente que o sindicato brasileiro rejeita. Em comunicado, o SNA considera a greve legítima, reforçando que os aeronautas argentinos buscam recuperar o poder de compra de seus salários frente à alta inflação no país.
Semana passada, o sindicato brasileiro enviou ofícios ao Ministério Público do Trabalho e a outras autoridades do Brasil para discutir a possível interferência de empresas aéreas nacionais na greve.
O SNA reforçou que qualquer envolvimento pode afetar os direitos sindicais dos aeronautas brasileiros, devido ao princípio de reciprocidade previsto pela Icao, além da salvaguarda ao direito de greve.
“O SNA recebeu com preocupação os relatos da APLA (Associação de Pilotos de Linha Aérea e a AAA (Associação Argentina de Aeronavegantes), que representam pilotos e comissários daquele país, sobre as ações do governo argentino que configuram ameaça ao direito de greve e à liberdade sindical”, diz um trecho da nota do SNA.
Por Micael Rocha
Publicado em 02/10/2024, às 08h00