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Sem planejamento prévio

Setor aéreo teme impactos com possível retorno do horário de verão

Associações do setor aéreo veem necessidade de prazo mínimo de 180 dias para readaptação ao horário de verão


Até 2018, o horário de verão era adotado anualmente, entre os meses de outubro e fevereiro - Salvador Bahia Airport
Até 2018, o horário de verão era adotado anualmente, entre os meses de outubro e fevereiro - Salvador Bahia Airport

Quatro entidades do setor aéreo manifestaram, nesta terça-feira (24), preocupação com a possível reintrodução do horário de verão pelo governo federal sem um prazo adequado para ajustes operacionais e logísticos.

A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), a Associação Latino-Americana e do Caribe de Transporte Aéreo (ALTA), a Associação Internacional do Transporte Aéreo (IATA) e a Junta de Representantes das Companhias Aéreas Internacionais do Brasil (Jurcaib) alertaram que a implementação abrupta do horário de verão pode levar a alterações de horários de voos em cidades brasileiras e internacionais que não aderem ao novo horário oficial de Brasília.

A mudança impacta diretamente a hora de saída e chegada dos voos, o que pode resultar em "perda do embarque pelos clientes por apresentação tardia e eventual perda de conectividade". Segundo as associações, as empresas internacionais também seriam afetadas, precisando ajustar seus horários no Brasil e enfrentando desafios semelhantes.

Elas acrescentaram que esses ajustes causariam necessidade de reprogramação de voos, acomodação de última hora e alterações nos planos de viagem dos passageiros. Além disso, apontam que haverá impactos diretos na escala de tripulantes, na disponibilidade de slots e na capacidade dos aeroportos, especialmente nos terminais com restrições na alocação de novos horários.

Por isso, defendem que "o conhecimento prévio e com ampla antecedência das datas de início e término do horário de verão é fundamental para o planejamento" das mais de quarenta empresas aéreas, nacionais e internacionais, que operam no Brasil. As associações sugerem um prazo mínimo de 180 dias entre a publicação do decreto e o início do horário de verão para que as companhias possam se ajustar adequadamente.

As entidades também enfatizam que a falta de comunicação prévia sobre a mudança "pode resultar em grandes transtornos para a sociedade, especialmente durante a temporada de verão e festas de final de ano".

Diante dessas preocupações, as associações solicitam ao governo que leve em consideração as necessidades do setor de transporte aéreo ao decidir sobre o retorno do horário de verão e se colocam à disposição para colaborar em eventuais processos de planejamento. Segundo o comunicado, o setor aéreo permanece comprometido em apoiar o crescimento econômico e a conectividade do Brasil.

Por Marcel Cardoso
Publicado em 24/09/2024, às 17h06


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