Empresa de baixo custo afirma que transportadora portuguesa utiliza de forma irregular seus slots
Ryanair questiona manutencão de slots não utilizados pela TAP em Lisboa
A Ryanair intensificou as ações contra um suposto protecionismo existente em Lisboa para proteger a TAP Air Portugal. A empresa aérea de baixo custo irlandesa tem ampliado sua presença no mercado português, mas sofre com limitação de slots disponíveis.
Em nota oficial, a Ryanair divulgou sua programação e citou que não pode crescer em Lisboa por causa de um bloqueio ocasionado pela TAP, que mesmo usando apenas metade dos slots mantém os demais ociosos visando impedir o ingresso de concorrentes no mercado.
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“A TAP confirmou que a sua frota vai sofrer um corte de 20% (de 108 para 88 aeronaves) neste verão, mas continua a bloquear o crescimento da concorrência no aeroporto de Portela [em Lisboa]”, destacou a Ryanair em nota. “[A TAP] atualmente opera 50% de sua capacidade, mas desbloqueia slots semanalmente para evitar que outras companhias aéreas os utilizem para crescer”.
A Ryanair vem buscando uma consolidação de mercados estratégicos na Europa, especialmente em um momento que seus principais rivais sofrem com os efeitos da crise no transporte aéreo. Companhias como a TAP, já fragilizada por sua situação financeira, continuam tendo problemas para retomar a completa capacidade, especialmente por grande parte da malha ter como destinos países fora do continente europeu.
A Ryanair, por outro lado, tem praticamente todas as suas operações dentro dos países da comunidade europeia, tornando mais fácil seguir regras sanitárias e restrições de viagens.
“Apelamos ao governo português e ao coordenador de slots em Lisboa para que impeçam a TAP de acumular slots que não tem capacidade de utilizar”, disse a Ryanair em comunicado. Todavia, a posição da TAP não é considerada ilegal, visto que ela utiliza todos os horários disponíveis ao menos uma vez por semana, comi forma de garantir a posse dos slots.
A Ryanair ainda mantém uma ação questionando o financiamento público promovido por Portugal para manter a saúde financeira da TAP. Porém, a Comissão Europeia aprovou o modelo adotado por Lisboa. O governo português retomou 75% do capital da TAP como forma de viabilizar um financiamento emergencial. Até recentemente a TAP tinha como principal sócio David Neeleman, fundador da jetBlue e da Azul.
Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 30/08/2021, às 15h00 - Atualizado às 15h50
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