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1 ano e meio depois...

Volta do 737 MAX depende agora de revisão de procedimentos

Boeing realizará mudanças finais no software e nos manuais do avião antes de receber novo certificado de aeronavegabilidade


Revisão final deverá ser realizada pela Boeing antes das autoridades certificarem novamente o 737 MAX 

Após quase um ano e meio, a família 737 MAX se aproxima do retorno ao serviço após a FAA, a agência de aviação civil dos Estados Unidos, aprovar uma proposta de diretiva de aeronavegabilidade. Ainda assim, a agência exige quatro mudanças de design importantes em torno do MCAS e dos sensores de ângulo de ataque (AoA).

O chamado aviso de proposta de elaboração de regras (NPRM, na sigla em inglês), ficará aberto para comentários públicos por 45 dias. O processo similar a consulta pública no Brasil, ocorre após uma complexa revisão do processo de certificação, conforme exigido pelas regras norte-americanas.

O documento poderá ser atualizado à medida que as autoridades e a Boeing avançam nos trabalhos de revisão dos sistemas do 737 MAX e prosseguem no processo de certificação. Ainda assim, a FAA deverá ainda revisar toda a documentação final do projeto conduzido pela Boeing, para na sequencia emitir uma notificação de aeronavegabilidade destinada a comunidade internacional. Após as principais agencias do mundo analisarem o processo, a FAA deverá rescindir a ordem de aterramento da frota, para só então emitir os novos certificados de aeronavegabilidade.

Porém, antes do avião retornar as operações regulares, a FAA e demais agências regulatórias do mundo deverão aprovar programas de treinamento dos pilotos criados pela a Boeing, emitindo uma diretiva para um processo de reciclagem dos tripulantes já habilitados no modelo.

Após todo o complexo processo ser finalizado é que o 737 MAX poderá voltar a transportar passageiros, o que deverá ocorrer em meados de dezembro. As empresas aéreas possivelmente vão aproveitar essa fase de análise final da documentação para realizar as complexas revisões dos aviões parados há vários meses.

Saiba mais...

As mudanças propostas pela NPRM estão relacionadas à controlabilidade da aeronave. Após a revisão do MCAS, o sistema automatizado de controle de voo, a FAA alertou que caso um dos sensores AoA repassar um dado incorreto aos computadores do avião, poderá haver uma tendência de baixar o nariz do avião, mesmo em baixa altura. Essa condição pode impedir o controle da aeronave e levar a atitudes excessivas de nariz para baixo e um potencial risco de impacto contra o terreno.

A NPRM exige a atualização pontual do software de controle de voo com novas leis de controle para evitar a ativação incorreta do MCAS. Além disso, os manuais deverão incluir procedimentos revisados de alerta para os pilotos, visando garantir que seja possível reconhecer e responder a eventuais movimentos errôneos do sistema.

A atuação do MCAS agora será exibida nos displays do avião, apontando de forma clara o funcionamento do sistema. Também foi incluído um alerta visual para garantir que os pilotos sejam alertados sobre eventuais discordâncias entre os sensores AoA.

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Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 05/08/2020, às 15h00 - Atualizado às 16h45


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