Mísseis de precisão russos destruíram posto de comando da Ucrânia que recebia informações da Otan
O Ministério da Defesa da Rússia informou por meio do porta-voz, Igor Konashenkov, que destruiu com mísseis de precisão um posto de comando da força aérea da Ucrânia localizado na cidade de Vinnitsa. De acordo com o porta-voz, o posto de comando recebia informações a partir de aviões de alerta aéreo antecipado E-3A da aliança militar da Otan.
"Como resultado, comunicação, reconhecimento, retransmissão e comutação de nós em Vinnitsa foram colocados fora de ação”, publicou a agência estatal russa TASS.
Desde que começou o conflito entre a Rússia e a Ucrânia em fevereiro, aviões da Otan têm voado com bastante frequência sobre países da Otan, como Romênia e Polônia.
O voo de aeronaves RC-135 e E-8CJ dos Estados Unidos e do Reino Unido já foram registrados por aplicativos de rastreamento de voos. Outras aeronaves militares da organização também estão na atividade.
Mesmo que a Otan não queira entrar diretamente no conflito com a Rússia, o fornecimento de informações para os militares ucranianos é possível.
AWACS planes are constantly monitoring warplane traffic within Ukraine and securing #NATO’s airspace. Their main radar can peer several hundred kilometres into Ukraine: "We can see right into Kyiv from Poland," said a flight engineer, but they carry no defensive weapons. https://t.co/uPB9GYIO2spic.twitter.com/ZzJ7XY3a7n
— NATO ACT (@NATO_ACT) March 13, 2022
O E-3A pode fazer vigilância e rastreiro de aeronaves a uma distância de 400km. Além disso, é possível a troca de links de dados com outras aeronaves e com pessoal em terra e mar.
“Dependendo do suporte é possível confundir a defesa dos caças inimigos, que se tornam alvos relativamente fáceis para forças de solo, em especial baterias antiaéreas”, comentou George Simons [nome alterado a pedido], especializado em SIGINT e tripulante aposentado de aeronaves KC-135.
O conflito armado entre a Rússia e a Ucrânia está em sua terceira semana e a investida russa sobre pontos estratégicos dos ucranianos continuam, ao mesmo tempo que autoridades russas e ucranianas se sentam à mesa para mais uma tentativa de acordo.
Algumas regiões já estão sob controle da Rússia, por exemplo, a usina nuclear de Chernobyl, a cidade de Kherson e Mariupol está cercada. Contudo, a capital Kiev e a grande cidade de Kharkiv ainda não foram ocupadas.
Entretanto, as forças da Ucrânia estão resistindo mais do que esperando e dificultando alguns avanços russos, principalmente na região norte.
Por causa da escalada do conflito, a Otan decidiu pela primeira vez ativar sua força de defesa, isso significa que militares da aliança vão ficar em alerta máximo e a presença das forças em países próximos à Ucrânia será ampliada, isso inclui aeronaves da aliança na região.
Vale ressaltar que as forças da aliança não vão entrar no país, pois Kiev não faz parte da organização militar.
Porém, caso a Rússia avance contra uma nação membra, o artigo 5ª será colocado em prática. Tal diretriz diz que “Qualquer ataque a um membro da Otan é um ataque a todos”. Isso iria escalar a guerra ainda mais e iria envolver diretamente as forças da organização (com os EUA liderando) e a Rússia, sendo que de ambos os lados existem armas nucleares.
Outra iniciativa é o fornecimento de armas ao governo ucraniano. Os Estados Unidos anunciaram ontem (16/03) uma ajuda militar à Ucrânia de US$ 800 milhões, o que inclui o envio de várias armas.
Outros países da organização anunciaram novas ajudas. A Eslováquia concordou em fornecer o sistema de defesa aérea S-300 (de fabricação russa) para os ucranianos, sendo que ele pode destruir alvos a até 250km. Em troca, a Eslováquia deverá receber dos EUA sistemas de defesa aérea Patriot.
Por André Magalhães
Publicado em 17/03/2022, às 11h10
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