Aeronaves de inteligência e guerra eletrônica da Otan estão voando na fronteira da Ucrânia há vários dias
O combate contemporâneo prevê um amplo uso de armas, além dos tradicionais explosivos, indo desde guerra cibernética, até guerra de informação. No campo de batalha um dos principais meios de atacar o inimigo impunemente é a guerra eletrônica, onde sinais podem ser embaralhados, dados de radar serem alteados e sistemas de defesa ou ataque inimigo podem simplesmente ficar inoperantes.
A Otan tem mantido uma série de aeronaves destinadas a guerra eletrônica voando próximo das fronteiras da Ucrânia, sugerindo uma participação indireta no conflito. Com capacidade de interferir nos dados de radar, projetar ameaças inexistentes e confundir os sinais de radar usado por mísseis, a atuação da Otan pode criar um completo desafio para as forças russas.
Além disso, diariamente diversos aviões de inteligência estão voando próximo das zonas de conflito, como os RC-135W Rivet Joint da força aérea dos Estados Unidos e do Reino Unido. Os aviões contam com diversos sensores que permitem detectar, identificar e geolocalizar todo o espectro eletromagnético inimigo.
Essas informações podem ser repassadas em tempo real para forças da Ucrânia, que conseguem evitar ataques aéreos russos ou responder a ameaças.
“Dependendo do suporte é possível confundir a defesa dos caças inimigos, que se tornam alvos relativamente fáceis para forças de solo, em especial baterias antiaéreas”, comentou George Simons [nome alterado a pedido], especializado em SIGINT e tripulante aposentado de aeronaves KC-135.
Segundo Simons, o uso de aeronaves de inteligência e de guerra eletrônica pode justificar as baixas iniciais elevadas a força aérea russa e a dificuldade atual de obter supremacia aérea mesmo contando com poder militar muito superior ao ucraniano.
Atualmente a força aérea russa tem utilizado ataques com mísseis de cruzeiro, evitando ingressar no território da Ucrânia, o que embora deixe seus aviões seguro, continua expondo seus ataques a interferência de possível ação externa. Oficialmente a Otan não comenta qualquer ação militar, mas uma rápida consultar aos populares sites de rastreamento de aeronaves permite identificar a presença de diversos aviões de guerra eletrônica e de coleta de inteligência.
Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 14/03/2022, às 13h50
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