Depois do ciclone, a turbulência

Pilotos da Southwest Airlines podem entrar em greve

Depois do caos do Natal, um sindicato de pilotos da Southwest Airlines fará votação que pode definir pela greve

Nos dez últimos dias de 2022, mais de 16 mil voos da Southwest Airlines foram cancelados nos EUA - Divulgação

Um sindicato que representa 10 mil pilotos da Southwest Airlines começou uma campanha para abrir votação para autorizar uma greve entre profissionais da companhia aérea, após o caos aéreo registrado durante as festas de fim de ano.

Mais de 16 mil voos foram cancelados entre os dias 21 e 31 de dezembro, por conta dos efeitos do chamado ‘ciclone bomba’, que levou boa parte dos Estados Unidos a registrar temperaturas negativas de dois dígitos, quase provocando o colapso das operações.

Na ocasião, o Departamento de Transportes dos Estados Unidos (DoT, na sigla em inglês) prometeu que iria investigar se os cancelamentos eram evitáveis e se a Southwest estaria cumprindo o plano de atendimento aos passageiros.

O caos foi o estopim para que a categoria antecipasse o movimento grevista, já alimentado por questões trabalhistas. Há mais de dois anos, o atual contrato de trabalho com a tripulação foi alterado para atender a situação do setor aéreo naquele momento, bastante fragilizado por conta da evolução da pandemia de covid-19, e, com o reaquecimento do mercado, as discussões sobre novas condições contratuais não têm evoluído.

“A convocação (...) para um voto de autorização não afeta a operação da Southwest ou nossa capacidade de cuidar de nossos clientes. Continuaremos a seguir o processo descrito na Lei do Trabalho Ferroviário e trabalharemos, sob a assistência do Conselho Nacional de Mediação, para chegar a um acordo que recompense nossos pilotos e os coloque de forma competitiva na indústria”, segundo uma nota da companhia aérea.

A votação que definirá se os pilotos entrarão em greve está prevista para o dia 1.º de maio.