Curso permite conhecer os sistemas e características gerais de voo e emprego dos futuros caças do Brasil
Curso prático está sendo ministrado no Gripen D, versão anterior a futura versão F que será operada pelo Brasil
Os quatro primeiros pilotos da FAB que vão operar o Gripen realizaram os primeiros voos de instrução em voo com o modelo, na escola de pilotagem em Såtenäs, na Suécia.
Os aviadores brasileiros voaram no JAS-39D, versão anterior dos atuais Gripen NG, utilizados na instrução aérea no Esquadrão Wing F-7. O objetivo é qualificar os militares brasileiros na família Gripen, permitindo iniciar a implantação dos caças no Brasil.
Ainda que o Gripen D seja de uma geração anterior aos adquiridos pelo Brasil, a pilotagem e lógica dos sistemas são parecidas, o que torna possível capacitar a instrução nos atuais modelos.
Os pilotos brasileiros pertencentes ao Primeiro Grupo de Defesa Aérea (1º GDA), conhecido como Esquadrão Jaguar, baseados em Anápolis, em Goiás. A unidade será a primeira a receber os futuros Gripen E/F, adquiridos pelo Brasil e em fase avançada de desenvolvimento.
A primeira fase do curso (Conversion Training), é destinada a verificar a condição fisiológica do piloto, através de qualificações específicas de sobrevivência no mar e resistência de carga “G”. Em paralelo os militares passaram por aulas teóricas, que abrangem todos os sistemas e características do avião, seguida de uma prova sobre toda parte técnica, assim como procedimentos padronizados.
Os pilotos também realizam instrução de voo focados na operação da aeronave, incluindo ambientação às características do Gripen. Além disso, são realizadas manobras de acrobacias, que buscam apresentar o envelope de voo, treinamento de emergências simuladas, voo por instrumento, navegação e gerenciamento dos diversos sistemas embarcados.
"Diversos sistemas são controlados por computadores, o que reduz bastante a carga de trabalho do piloto em comparação com o F-5M. Um bom exemplo é o sistema de controle de voo, que atua nas superfícies de comando de maneira mais eficiente possível evitando cargas excessivas e perdas de controle. Assim, é possível direcionar a atenção para a execução tática da missão”, explica Vítor Cabral Bombonato, major aviador da FAB.
Ainda assim, os Gripen C/D são ligeiramente diferentes em termos de sistema que os atuais Gripen E/F, que receberam uma série de melhorias, tornando ainda mais sofisticado sua eletrônica embarcada e a capacidade do caça.
Segundo a FAB, também está em fase avançada os preparativos para início das operações dos caças em Anápolis, que deverá receber este ano os primeiros aviões, assim como simuladores e equipamentos de apoio.
“Esta etapa permite aos pilotos conhecerem de perto as capacidades e potencialidades do Sistema Gripen, que no futuro próximo atuará na manutenção da soberania do espaço aéreo brasileiro”, disse Gustavo Pestana Garcez, coronel aviador, comandante da Ala 2.
Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 23/03/2021, às 15h00 - Atualizado às 15h49
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