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Pan Am pode voltar a voar após mais de 30 anos

Pan Am Global Holdings firma parceria com consultoria especializada para analisar o retorno da histórica companhia aérea ao mercado comercial


Parceria entre Pan Am Global Holdings e AVi8 Air Capital avalia retorno da operação regular - Boeing
Parceria entre Pan Am Global Holdings e AVi8 Air Capital avalia retorno da operação regular - Boeing

A icônica Pan American World Airways (Pan Am) pode retornar ao mercado de voos comerciais mais de 30 anos após o fim de suas operações. A Pan Am Global Holdings, detentora da marca, anunciou uma parceria com a consultoria AVi8 Air Capital para conduzir um estudo de viabilidade sobre o relançamento da companhia aérea.

O estudo estratégico pretende analisar os caminhos para reintroduzir o nome Pan Am no mercado atual, com foco na estrutura operacional, planejamento financeiro e sustentabilidade a longo prazo.

Apesar de ainda não haver uma confirmação oficial sobre o retorno da Pan Am, ambas as empresas destacaram a importância do legado da marca e indicaram que novos detalhes serão divulgados em breve.

A análise liderada pela AVi8 Air Capital inclui a avaliação das condições de mercado, composição de frota e infraestrutura necessária para permitir voos regulares sob a bandeira da Pan Am. A proposta é reposicionar a marca como uma companhia competitiva e centrada no cliente.

Craig Carter, CEO da Pan Am Global Holdings, disse que a iniciativa busca uma abordagem sustentável que preserve o legado da empresa e torne a experiência Pan Am acessível às novas gerações de passageiros.

Sinônimo de aviação comercial

Fundada em 1927, a Pan Am foi, por décadas, a principal companhia aérea internacional nos Estados Unidos e referência global em inovação e conectividade aérea. A empresa foi pioneira em muitos aspectos, criando um legado que vai do uniforme dos pilotos até uso de tecnologias na época disruptivas, como computadores, emprego em larga escala do uso de aviões a jato, e sendo responsável pelo desenvolvimento do Boeing 747.

Durante o auge de suas operações, a Pan Am detinha acesso exclusivo a diversos mercados internacionais e era sinônimo de luxo, inovação e alcance global. Suas rotas cobriam a maior parte do globo, com operação em praticamente todos os continentes.

A crise do petróleo de 1973 e o surgimento das companhias aéreas de baixo custo levaram a Pan Am a investir no mercado doméstico dos Estados Unidos. A estratégia foi implementada por meio da aquisição e fusão com a National Airlines, o que marcou o início de sua atuação no mercado interno. No entanto, a operação gerou sérios problemas de integração administrativa e choque de culturas operacionais.

Com a desregulamentação do setor aéreo norte-americano em 1978, somada às dificuldades financeiras da fusão, a Pan Am perdeu capacidade de adaptação ao novo cenário competitivo. A companhia passou a registrar prejuízos constantes e tentou se manter no mercado vendendo ativos e cortando rotas internacionais. Ainda assim, declarou falência em 1991.

Durante a década de 1990, a marca Pan Am tentou retornar ao mercado em duas ocasiões, com operações distintas da original, mas ambas fracassaram. Apesar disso, a marca ainda carrega forte relevância simbólica no setor aéreo. Um eventual retorno seria considerado um dos movimentos de reativação mais emblemáticos da história da aviação.

Voos comemorativos

Enquanto o futuro da companhia é avaliado, o nome Pan Am será relembrado em dois voos comemorativos promovidos pela Criterion Travel e pela operadora holandesa Bartelings. Em parceria com a Pan Am, os passeios “Tracing the Transatlantic” terão início na próxima segunda-feira (16) e seguirão rotas históricas do Atlântico Norte e Sul, com paradas em destinos como Bermudas, Lisboa, Marselha, Londres e Foynes, na Irlanda.

Os voos serão realizados em um Boeing 757-200 configurado com cinquenta assentos totalmente reclináveis, todos em classe executiva, com partida e chegada em Nova York (JFK).

Por Marcel Cardoso
Publicado em 09/06/2025, às 09h12


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