A FAA enfrenta uma onda de desligamentos que ameaça comprometer funções críticas da aviação civil nos EUA
A agência de aviação civil dos Estados Unidos (FAA, na sigla em inglês) enfrenta uma onda de desligamentos voluntários e aposentadorias que pode impactar setores críticos da aviação civil, como controle de tráfego aéreo, regulação jurídica e lançamentos espaciais.
De acordo com uma apresentação interna de 7 de maio, acessada pelo The Wall Street Journal, os desligamentos ocorrem em larga escala e atingem todos os níveis de qualificação, incluindo líderes seniores, especialistas técnicos e funcionários de suporte à missão. A previsão é de perda significativa de competências críticas e conhecimento institucional.
A medida está relacionada ao programa de demissão diferida, iniciado durante o governo Trump, que oferece meses de licença remunerada antes da retirada formal da folha de pagamento. Mais de 1.200 funcionários aderiram ao programa até o momento, o que representa cerca de 3% do total de 46 mil empregados da FAA.
Embora a FAA afirme que os desligamentos não afetam funções críticas de segurança, a própria apresentação alerta para possíveis dificuldades no cumprimento de exigências legais e regulatórias. Entre as áreas potencialmente afetadas estão a emissão de diretrizes de aeronavegabilidade, análise de segurança de pistas, concessão de licenças para o setor espacial e processamento de autorizações médicas para pilotos e controladores.
A FAA afirma ter intensificado a contratação de profissionais de segurança, como inspetores e controladores de tráfego aéreo, e destaca a existência de um “reserva profunda de talentos experientes”. A agência também estuda reestruturações e racionalizações administrativas para mitigar os efeitos da redução de pessoal.
O Secretário de Transportes, Sean Duffy, busca apoio do Congresso para obter bilhões de dólares destinados à modernização do sistema de controle aéreo. Duffy já autorizou aumentos salariais e incentivos à permanência para controladores elegíveis à aposentadoria.
A falta de pessoal tem sido especialmente crítica em instalações como a de Filadélfia, responsável pelo espaço aéreo da região de Newark (Nova Jersey), que passou por interrupções operacionais recentes.
Alguns inspetores também cogitam deixar a agência devido à obrigatoriedade do retorno ao trabalho presencial, críticas públicas a servidores federais e possíveis mudanças legislativas que afetariam aposentadorias.
Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 29/05/2025, às 17h00
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