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Operações aéreas com um só piloto pela Airbus receberam críticas

Durante evento, o presidente de associação de pilotos fez críticas à iniciativa da Airbus


ALPA alerta que a redução de tripulantes dentro do cockpit dos aviões comerciais poderá reduzir a segurança de voo - Divulgação
ALPA alerta que a redução de tripulantes dentro do cockpit dos aviões comerciais poderá reduzir a segurança de voo - Divulgação

Jason Ambrosi, presidente da Air Line Pilots Association (ALPA, na sigla em inglês), manifestou-se na última semana contra a iniciativa da Airbus de promover operações aéreas com um único piloto.

Durante um discurso no International Aviation Club de Washington, Ambrosi representou os 78 mil pilotos de 41 companhias aéreas dos Estados Unidos e Canadá, destacando preocupações significativas sobre a segurança.

Ele relembrou um quase-acidente ocorrido em Austin, Texas, onde uma tripulação da FedEx evitou uma colisão com um Boeing 737 da Southwest Airlines em condições de neblina. A rápida decisão do copiloto da FedEx de abortar o pouso, aliada à coordenação entre ambos os pilotos, foi crucial para evitar uma tragédia.

Utilizando este incidente como exemplo, Ambrosi defendeu a necessidade da operação com dois pilotos. Ele argumentou que a substituição de pilotos por automação, como alguns fabricantes e companhias aéreas estrangeiras estão propondo, coloca em risco a segurança dos voos.

O presidente da ALPA também mencionou que a Agência de Segurança da Aviação da União Europeia (EASA, na sigla traduzida para o português) está colaborando com a Airbus na definição de critérios para operações com tripulação mínima estendida. Esta colaboração foi vista por Ambrosi como um movimento arriscado que poderia comprometer a segurança aérea global.

Os planos de automação foram classificados como um risco para a segurança e vidas humanas, enfatizando a necessidade de cooperação global para evitar que essa prática comprometa a segurança nos Estados Unidos.

"Se você for para um cockpit com um piloto só, você também pode voar em um avião com zero pessoas no cockpit. Porque tudo precisa atender à eventualidade de esse piloto ter acabado de comer uma ostra estragada e ficar incapacitado e o avião ter que assumir o controle. Portanto, um piloto ou zero piloto é efetivamente a mesma coisa", disse Christian Scherer, novo CEO de aeronaves comerciais da Airbus, ao The Sunday Times de Londres.

O representante da ALPA finalizou dizendo que a entidade mantém sua posição firme contra a redução do número de pilotos em operação, priorizando a segurança de passageiros e tripulações.

Por Micael Rocha
Publicado em 03/07/2024, às 09h24


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