AERO Magazine
Busca

Sofia

Observatório aéreo da Nasa sai de cena após 26 anos

Boeing 747SP chegou na Nasa em 1996, mas como observatório aéreo foi usado por apenas oito anos


Aeronave teve de ser modificada para transportar um telescópio de 17 toneladas - Nasa/Divulgação
Aeronave teve de ser modificada para transportar um telescópio de 17 toneladas - Nasa/Divulgação

O Observatório Aéreo Estratosférico para Astronomia Infravermelha (Sofia) da Nasa, representado por um Boeing 747SP-21 (N747NA), está se aposentando depois de 26 anos do início do projeto.

Desde o começo de seu desenvolvimento o Sofia exigiu engenhosidade de engenharia. O 747SP teve que ser modificado para transportar um telescópio de 17 toneladas e 100 polegadas (2,5 metros) fornecido pelo parceiro da Nasa, a Agência Espacial da Alemanha (DLR na sigla alemã).

Os engenheiros desenvolveram um mecanismo para deixar o telescópio observar os céus em um espectro de luz não visível pelo olho humano. Para isso uma enorme porta foi montada na parte traseira do avião, que com o telescópio funcionando era "uma das maiores portas abertas [em voo] já pilotadas em uma aeronave", disse Paul Fusco, engenheiro aposentado da Nasa que ajudou a projetar o sistema.  Era "a maior [aeronave] certificada para voar em todas as altitudes e velocidades com a porta aberta. Foi uma inovação de aviação realmente emocionante”.

A estabilidade do telescópio em si era um desafio, o equivalente a manter um ponteiro laser estável em uma moeda distante 16 quilômetros. Tente apontar e manter fixo um laser em uma moeda do outro lado da sala, imagine do outro lado da cidade, ou do universo. Em 2014, o observatório finalmente atingiu sua capacidade operacional total, após passar por quase vinte anos de desenvolvimento. Embora tenha sido usado por apenas oito anos, o Sofia ajudou astrônomos em todo o mundo a usar a luz infravermelha para estudar uma impressionante variedade de eventos cósmicos e objetos invisíveis para outros telescópios.

"As conquistas científicas únicas do Sofia foram o resultado da engenhosidade da incrível comunidade internacional que cresceu em torno da missão", disse Alessandra Roy, cientista de projetos da Sofia para a Agência Espacial Alemã, "o que só foi possível graças à colaboração da Nasa e da DLR".

Saiba mais...

O 747SP usado no projeto Sofia, de registro N747NA, fez o seu primeiro voo em abril de 1977 e teve passagem pela extinta Pan Am e pela United Airlines, onde transportou passageiros até meados de 1995, antes de ser transferido para a agência espacial norte-americana no ano seguinte.

  • Receba as notícias de AERO diretamente das nossas redes sociais clicando aqui

Banner Promocional

Marcel Cardoso
Publicado em 29/09/2022, às 17h07


Mais Notícias