Boeing 747SP chegou na Nasa em 1996, mas como observatório aéreo foi usado por apenas oito anos
O Observatório Aéreo Estratosférico para Astronomia Infravermelha (Sofia) da Nasa, representado por um Boeing 747SP-21 (N747NA), está se aposentando depois de 26 anos do início do projeto.
📰Today, September 29, @NASA / @DLR_en retired its Boeing 747SP (N747NA), known as SOFIA, after years of service. ✈️
— RadarBox (@RadarBox24) September 29, 2022
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Desde o começo de seu desenvolvimento o Sofia exigiu engenhosidade de engenharia. O 747SP teve que ser modificado para transportar um telescópio de 17 toneladas e 100 polegadas (2,5 metros) fornecido pelo parceiro da Nasa, a Agência Espacial da Alemanha (DLR na sigla alemã).
Os engenheiros desenvolveram um mecanismo para deixar o telescópio observar os céus em um espectro de luz não visível pelo olho humano. Para isso uma enorme porta foi montada na parte traseira do avião, que com o telescópio funcionando era "uma das maiores portas abertas [em voo] já pilotadas em uma aeronave", disse Paul Fusco, engenheiro aposentado da Nasa que ajudou a projetar o sistema. Era "a maior [aeronave] certificada para voar em todas as altitudes e velocidades com a porta aberta. Foi uma inovação de aviação realmente emocionante”.
A estabilidade do telescópio em si era um desafio, o equivalente a manter um ponteiro laser estável em uma moeda distante 16 quilômetros. Tente apontar e manter fixo um laser em uma moeda do outro lado da sala, imagine do outro lado da cidade, ou do universo. Em 2014, o observatório finalmente atingiu sua capacidade operacional total, após passar por quase vinte anos de desenvolvimento. Embora tenha sido usado por apenas oito anos, o Sofia ajudou astrônomos em todo o mundo a usar a luz infravermelha para estudar uma impressionante variedade de eventos cósmicos e objetos invisíveis para outros telescópios.
"As conquistas científicas únicas do Sofia foram o resultado da engenhosidade da incrível comunidade internacional que cresceu em torno da missão", disse Alessandra Roy, cientista de projetos da Sofia para a Agência Espacial Alemã, "o que só foi possível graças à colaboração da Nasa e da DLR".
O 747SP usado no projeto Sofia, de registro N747NA, fez o seu primeiro voo em abril de 1977 e teve passagem pela extinta Pan Am e pela United Airlines, onde transportou passageiros até meados de 1995, antes de ser transferido para a agência espacial norte-americana no ano seguinte.
Marcel Cardoso
Publicado em 29/09/2022, às 17h07
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