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Sem vestígios

O misterioso desaparecimento de um avião executivo no Caribe

Gulfstream GIII desapareceu após decolar do aeroporto de Canouan, em São Vicente e Granadinas, no Sul do Caribe


GIII foi produzido durante os anos de 1979 a 1986 - Divulgação/Gulfstream
GIII foi produzido durante os anos de 1979 a 1986 - Divulgação/Gulfstream

Uma série de informações desencontradas e a ausência de evidências, aprofundam o mistério do desaparecimento de um avião executivo, após decolar do aeroporto de Canouan, em São Vicente e Granadinas, no Sul do Caribe.

Um Gulfstream GIII registrado nos Estados Unidos, matrícula N337LR, desapareceu sete minutos depois de sua decolagem, por volta das 14h27 do dia 22 de dezembro. Desde então, nenhum destroço ou vestígio da aeronave foi encontrado, intrigando autoridades e a comunidade aeronáutica.

Especula-se que os pilotos teriam interrompido de forma deliberada as comunicações via rádio e desligado o transponder, impedindo que órgãos de vigilância e controle aéreo não tivessem contato com o bimotor, para o possível transporte de drogas ou mercadorias ilícitas.

A aeronave que pertence a Jetsteam Aviation, com sede em Cheyenne, Wyoming, nos Estados Unidos, está listada em um site de vendas de aeronaves executivas, enquanto a página da empresa proprietária do N337LR está suspensa.

Como um avião de negócios de médio porte pode simplesmente sumir sem deixar qualquer rastro? Porque o jato ainda está à venda e o site da empresa se encontra inativo? E os dados dos ocupantes? Sem evidências, as respostas são utilizadas como premissas vazias para resolver o caso.

A ocorrência com o N337LR lembra em parte o que poderia ter ocorrido no voo MH370 da Malaysia Airlines, que está desaparecido há quase uma década.

Embora algumas notícias tenham informado que possíveis destroços foram encontrados, e apagadas na sequência, a Autoridade de Aviação Civil do Caribe Oriental (ECCAA, na sigla em inglês), órgão responsável pela aviação na região, não confirma a veracidade das informações.

Produzido entre 1979 a 1986, o Gulfstream GIII está equipado com dois motores Rolls-Royce Spey Mk 511-8, e tem alcance de 4.200 milhas náuticas, ou 7.778 quilômetros, podendo transportar até dezenove passageiros em uma configuração padrão. O teto operacional é de 45.000 pés, o equivalente 13.716 metros, com velocidade de cruzeiro de 501 nós, ou 928 km/h.

O GIII foi um dos percusores do segmento de jatos privados de grande porte. Ao longo de quase uma década de produção, foram entregues 202 unidades para clientes corporativos, artistas e celebridades, chefes de Estado e até mesmo divisões militares. 

Por Wesley Lichmann
Publicado em 03/01/2024, às 16h00


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