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Novo 777X da Boeing pode enfrentar problemas similares ao 737 MAX

Mensagens internas apontam que funcionários temem que erros foram replicados no Triplo Sete


Ponta das asas do 777-9 dobram quando aeronave está no solo para permitir ocupar o mesmo espaço do 777-300ER

A Boeing poderá enfrentar novos desafios relacionados a seus aviões comerciais, ao menos é o que aponta uma série de e-mails trocados entre funcionários da fabricante. O novo 777X, maior avião comercial bimotor do mundo, pode ter falhas na cadeia de produção semelhantes ao 737 MAX.

Criado para substituir a bem-sucedida série 777-300ER, a nova família 777X conta com uma série de inovações, como novos motores e no caso da versão de maior capacidade, o 777-9, pontas de asas que dobram no solo. O objetivo é proporcionar o melhor rendimento em voo e ocupar o mesmo espaço em solo dos modelos mais antigos, permitindo operar sem restrições nos atuais aeroportos. Todavia, funcionários da Boeing apontam para problemas técnicos e de fornecedores.

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De acordo com jornal britânico The Telegraph, um funcionário da Boeing mostrou preocupação com o programa 777X em um e-mail interno. “A melhor parte é que estamos reiniciando tudo isso com o 777X, com o mesmo fornecedor e assinando um cronograma ainda mais agressivo”, diz a mensagem.

A resposta ao alerta foi mostra o conhecimento dos funcionários sobre a metodologia adotada pela fabricante. “Nós nos colocamos nessa posição ao escolher o fornecedor com menor custo e assinando um cronograma impossível. Por que a classificação mais baixa e o fornecedor com menor avaliação receberam o contrato? Apenas com base no preço inferior”, afirma. “Não apenas o MAX, mas também o 777X! O gerenciamento de fornecedores conduz todas essas decisões”.

A série de e-mails expostos pelo The Telegraph não faz parte dos divulgados pela própria Boeing, onde funcionários ponderam sobre uma série de problemas no 737 MAX. A empresa alegou na ocasião que optou por divulgar as mensagens para manter a transparência em todo o processo de reavaliação interna conduzida no programa 737 MAX.

No final de 2019, o CEO da Emirates Airline, Sir Tim Clark, principal cliente do 777X, afirmou que gostaria que a certificação do modelo fosse o ‘inferno na Terra’, respondendo aos questionamentos sobre sua avaliação sobre a segurança dos novos aviões.

Em meados de setembro do ano passado, um dos 777X destinado a campanha de ensaios estáticos apresentou uma falha estrutural não prevista, que levou a uma explosão na seção traseira da aeronave. O protótipo destinado a campanha de ensaios em voo postergou sua primeira decolagem após os motores GE9X apresentarem falhas pontuais. O cronograma para a família 77X iniciar a etapa de testes em voo está em aberto, sem uma data definida.

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Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 21/01/2020, às 07h00


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