Modelo será derivado do 767-400 e poderá ser oferecido nas versões de passageiro e carga
Boeing estuda versão remotorizada do 767 voltada para o mercado cargueiro e de passageiros
A Boeing pode estar trabalhando em uma versão remotorizada do 767, voltado especialmente para o mercado de cargas, mas poderá relançar o modelo em sua configuração para transporte de passageiros.
Segundo a Flight Global o projeto é designado como 767-XF, sendo baseado na plataforma do 767-400ER, versão alongada do 767 e operada apenas pela Delta Air Lines e United Airlines (ex-Continental). A nova variante poderá ser impulsionada pelos motores GEnx, similares aos utilizados pelo 787 Dreamliner e 747-8. Todavia, pelo maior diâmetro dos motores, o trem de pouso deverá ser alongado, assim como ocorreu em outros modelos de aviões remotorizados.
Inicialmente o foco é atender ao mercado de cargas, oferecendo uma aeronave com maior capacidade em relação ais atuais 767-300F, com custo operacional inferior. O programa deverá realizar poucas intervenções no projeto original do 767-400ER, basicamente focando na substituição dos motores e adequação do piso para o transporte de cargas, assim como ajustes no trem de pouso e sistemas em geral. O projeto não prevê uma completa modernização do avião, considerada excessivamente arriscada em termos econômicos e de prazo. Além disso, uma versão modernizada aumenta os riscos do programa, algo que a Boeing não estaria disposta a correr.
O novo avião deverá ser entregue em meados de 2025, dando um prazo extra para a Boeing analisar a viabilidade do lançamento do NMA (New Mid-Market Airplane) que prevê uma família de aviões similares aos 757 e 767. Recentemente documentos do fabricante apontavam que ao contrário do esperado um eventual NMA seria lançado inicialmente em sua variante de duplo corredor, indo na contramão da expectativa do mercado que apostaria em um avião de corredor único capaz de substituir o 757 e rivalizar com o Airbus A321XLR.
Uma versão de passageiros do 767-XF é vista como uma alternativa ao NMA, envolvendo menores custos e riscos, ainda oferecendo uma aeronave considerada viável ao mercado. O 767-300ER se destaca por seu baixo custo operacional e seu equilíbrio entre capacidade e alcance, considerado ideal para diversas companhias e rotas. Além disso, ao lançar um avião de média capacidade do porte do 767-400 permitiria a Boeing alocar recursos e esforços em um substituto para o 737, ao invés de focar em um mercado intermediário com um avião novo.
O 767 ainda se destaca por sua boa aceitação no mercado, com 60 pedidos firmes por parte da FedEx e UPS, gigantes do transporte de carga expressa, além dos 42 reabastecedores KC-46, da força aérea norte-americana. Além disso, a Boeing ainda possui pedidos para conversão de 32 767 para o padrão cargueiro.
Edmundo Ubiratan | Imagem: Divulgação
Publicado em 10/10/2019, às 16h00 - Atualizado às 16h59
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