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Indicações erradas de voo

Mais um avião é impedido de voar por problemas no sensor do ângulo de ataque

Cirrus SF50 Vision apresentou indicação de situação de perda de sustentação em condições normais de voo


Após três incidentes graves envolvendo o sensor de ângulo de ataque (AoA, na sigla em inglês) o monojato SF50 Vision Jet, da Cirrus foi proibido de voar em todo o mundo pelo FAA (Federal Aviation Administration), dos Estados Unidos.

O Cirrus Vision Jet é um modelo de entrada na categoria de jatos, com valor inferior aos US$ 2 milhões, estando abaixo dos Phenom 100, da Embraer e turbo-hélices usados. 

A agencia norte-americana de aviação emitiu uma diretriz de aeronavegabilidade de emergência suspendendo todos os voos do modelo, que embora tenha jurisdição apenas nos Estados Unidos, a medida impacta na prática a frota mundial, visto que a maior parte das agências acatam decisões do FAA. Atualmente a frota de Vision Jet nos Estados Unidos é de 99 aeronaves.

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Sensor de ângulo de ataque pode ter tido problema no torque dos parafusos do eixo

A emissão da diretriz ocorreu com a constatação que em três casos o sistema de alerta e proteção contra estol (SWPS) ou o engajamento eletrônico de estabilidade e proteção (ESP) foram acionados de forma incorreta, sem a aeronave se aproximar de uma condição de perda de sustentação. Segundo os relatórios, o sistema atuou baseado em dados errados do sensor de ângulo de ataque, com o avião mantendo condições normais de voo. Um dos resultados é a informação incorreta aos pilotos que podem agir para solucionar um caso inexistente e colocar a aeronave em condição de risco em diversas situações.

De acordo com a fabricante o AoA, a Aerosonic, o problema pode ser um problema na qualidade de montagem de três sensores, que foram justamente os causadores dos incidentes relacionados. Dois parafusos de fixação que seguram o eixo do potenciômetro as palhetas do AoA podem ter tido um torque inadequado, mudando a força necessária para a correta atuação do sistema.

Contudo, embora coincidentemente seja o segundo avião paralisado por problemas com o AoA, o sistema do Cirrus não possui nenhuma relação com o MCAS, utilizado pelo Boeing 737 MAX. No caso do monojato o sistema apenas alerta uma situação inexistente da condição de voo, sem tomar nenhuma atitude automática.

De acordo com a Cirrus, os sensores podem ser trocados, sem custo, através do boletim SB5X-34-03.

Por Edmundo Ubiratan | Fotos: Divulgação
Publicado em 22/04/2019, às 08h00 - Atualizado às 08h37


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