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Maior motor aeronáutico do mundo recebe certificação nos EUA

Turbofan GE9X foi desenvolvido pela GE Aviation equipar a nova família do Boeing 777X


Motor foi desenvolvido para impulsionar a nova família 777X

O GE9X, o maior motor a reação do mundo, recebeu a certificação de tipo (FAR Part 33) pela FAA, a agência de aviação civil dos Estados Unidos. O turbofan foi criado para impulsionar a nova família do Boeing 777X.

A certificação do GE9X envolveu oito motores de teste que completaram quase 5.000 horas de ensaios em bancada, com aproximadamente 8.000 ciclos. A GE Aviation planeja conduzir agora outros 3.000 ciclos de provas de solo para apoiar a aprovação de Extended Operations (ETOPS).

Atualmente a Boeing recebeu oito motores GE9X, que estão sendo utilizados nos voos de certificação do 777-9, além outros dois propulsores que foram entregues pela GE Aviation como sobressalentes. Os ensaios em voo expandem o envelope de análises do projeto de um motor, ao permitir sua validação integrado com o avião.

Note o tamanho do GE9X quando comparado aos motores GE CF6, utilizados no 747-400 

Proporção é nítida quando comparada a estatura média de um ser humano

Outra fase importante é referente aos ensaios de maturação do projeto, que permitirá conhecer detalhes do comportamento em operações diárias. O processo é um dos mais longos de um programa, geralmente consumindo vários anos de estudos após o motor entrar em serviço regular. Os engenheiros utilizam os dados fornecidos por milhões de horas de voos para aperfeiçoar o projeto, processos de construção e manutenção, entre outros.

Ainda que a certificação tenha sido emitida sem nenhum tipo de observação adicional, o GE9X teve um processo de ensaios bastante conturbado. Mesmo sendo um derivado do consolidado GE90, que impulsionar a atual família de 777, o motor sofreu com falhas no conjunto de palhetas do estator do segundo estágio. Um desgaste acima do esperado comprometeu o conjunto, exigindo um reprojeto de alguns componentes.

Aliás, a falha forçou a Boeing mudar o cronograma de certificação do 777X, que deveria ter ocorrido no final de 2019 e foi postergado para o primeiro trimestre de 2021. A pandemia da covid-19 não comprometeu o andamento do programa, mas evitou que empresas aéreas tivessem recebido os novos 777-9 semanas antes do início da crise.

A mudança drástica no cenário de transporte de passageiros, especialmente em rotas internacionais de grande capacidade, obrigou a Boeing postergar a certificação do 777-9 para 2022, evitando assim um choque na produção do novo avião.

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Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 29/09/2020, às 10h00 - Atualizado às 11h54


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