Após breve retorno durante a pandemia, o icônico Jumbo realizou seu último voo pela empresa holandesa
A holandesa KLM foi por várias décadas uma das principais operadoras do 747 em diversas versões
Após um breve retorno das operações com o Boeing 747, a holandesa KLM encerrou ontem (25) os voos com o icônico Jumbo, que será definitivamente aposentado. O modelo já havia sido retirado da operação comercial em meados de março, mas retornou brevemente ao serviço durante a pandemia, graças a sua elevada capacidade de transporte na variante Combi.
Ironicamente, a crise do coronavírus foi decisiva para algumas das mais icônicas aeronaves da indústria da aviação comercial, acelerando a aposentadoria de modelos que antes da pandemia tinham alguns anos pela frente dentro do cronograma de operações. No entanto, a queda acentuada da demanda por transporte de passageiros representou o golpe final para o 747-400.
Antes da escalada da crise gerada pela covid-19, a KLM já havia anunciado o fim das operações com a família 747, que estava sendo substituída por aeronaves mais eficientes como os Boeing 777 e 787 Dreamliner. O último voo com um 747-400 na companhia holandesa havia ocorrido em meados de março, simultaneamente com o também derradeiro voo do Jumbo na australiana Qantas.
Porém, a necessidade de transporte de insumos médicos e hospitalares na China, durante a pandemia, obrigou a KLM a reativar alguns dos seus 747-400 Combi, que oferecem um espaço extra para carga no piso principal. A Rainha dos Céus realizou uma série de voos exclusivamente cargueiros entre Amsterdam e Shangai, na China. Mas o último voo ocorreu no dia 25 de outubro, colocando um ponto final em definitivo no uso do 747 na Holanda.
A KLM não fará uma celebração especial para marcar o fim das operações, dada as restrições quanto aglomeração e eventos sociais em vigor em grande parte da Europa, ao contrário da British Airways que realizou uma homenagem especial ao gigante da Boeing, realizando a decolagem quase simultânea das suas duas unidades restantes.
Com mais de 100 voos operados apenas de carga com o 747, a KLM segue a tendência das demais operadoras que suspenderam definitivamente as operações com o modelo. Atualmente apenas a alemã Lufthansa manterá o avião na frota, com basicamente toda a frota sendo composta pela variante mais recente, o 747-8.
Versão Combi do 747-400 permite transportar carga em grande parte do piso principal, ampliando a capacidade do modelo
Por Gabriel Benevides
Publicado em 26/10/2020, às 10h00 - Atualizado às 11h29
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