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Participação de um dos BRICS

Índia vai apoiar o projeto de um novo avião supersônico sem janelas

Spike e Tech Mahindra formalizaram um memorando para colaboração no desenvolvimento do S-512


Avião supersônico Spike S-512

Spike S-512 pretende disputar o futuro mercado de aviões de negócio supersônicos 

A norte-americana Spike Aerospace e a indiana Tech Mahindra formalizaram um memorando para colaboração no desenvolvimento de um avião supersônico voltado para o mercado executivo.

A parceria prevê que a Tech Mahindra incremente os dados de engenharia e materiais compostos para o supersônico Spike S-512. A aeronave promete revolucionar o transporte aéreo executivo com maior velocidade que seus rivais e um menor estrondo sônico.

Com a parceria a Spike poderá alavancar o projeto da fuselagem feita em materiais compostos, análise de tensão e otimização de processos. A empresa indiana tem prestado suporte e consultoria para diversos fabricantes no mundo em questões técnicas, especialmente envolvendo materiais avançados.

“Estou muito ansioso para trabalhar com a Tech Mahindra e sua experiente equipe de engenheiros, [a empresa] forneceu suporte de engenharia para vários programas e estamos orgulhosos de tê-los como parceiros no programa Spike S-512 Supersonic Jet”, comentou Vik Kachoria, presidente e CEO da Spike Aerospace.

O S-512 apresenta um desenho avançado e se baseia em mais de 60 anos de experiência do setor aeroespacial na construção de aviões de alto desempenho para buscar soluções eficientes no voo supersônico. Comparado aos pioneiros Concorde e Tu-144, a tecnologia de construção, materiais, aerodinâmica e propulsão avançou enormemente ao longo das últimas seis décadas, permitindo projetar aeronaves mais eficientes.

Um dos destaques da atual geração de supersônicos em desenvolvimento é o menor consumo de combustível e a redução no ruído gerado. Mesmo caças modernos, como os F-22 e F-35, oferecem menores níveis de poluição sonora e consumo de combustível inferior aos modelos desenvolvidos na década de 1960.

A intenção da Spike Aerospace é obter agora dados avançados no uso de compósitos e novos materiais para reduzir o peso da aeronave, ao mesmo tempo que mantém sua resistência as forças aerodinâmicas e térmicas geradas pelo voo supersônico.

“[Com a parceria] a Spike poderá alavancar sua experiência no projeto da fuselagem [em materiais] compostos, análise de tensão e otimização”, explicou Kachoria.

A divisão de aeroespaço e defesa da Tech Mahindra fornece suporte de projeto e análise, verificação, teste e certificação para vários programas de aviação comercial e de defesa em todo o mundo. A Índia tem avançado no estudo de materiais compostos e tecnologias aeroespaciais, criando uma sólida base de conhecimento. Além disso, os menores custos do país tornam seus centros de pesquisas atraentes para empresas start-up, como a Spike.

“Nesta colaboração a Spike e Tech Mahindra trabalharão juntos para refinar e otimizar o design da aeronave”, explicou Lakshmanan Chidambaram, presidente da Tech Mahindra para Estratégias nas Americas.

Interior do supersônico Spike S-512

Saiba mais...

O S-512 é um jato supersônico executivo para até dezoito passageiros, com alcance de 6.200 nm (11.482 km) voando a Mach 1.6 (aproximadamente 1.980 km/h). Caso cumpra as especificações atuais, o avião poderá voar de São Paulo para Nova York em apenas 4,5 horas, praticamente a metade do tempo exigido por uma aeronave de negócios atual. O S-152 deverpa impulsionado por apenas dois motores, que podem gerar 20.000 lbf, cada, sem pós-combustores.

Porém, um dos principais destaques do projeto é o avião não contar com janelas físicas, que foram substituídas por uma enorme tela de alta resolução que proporciona uma visão panorâmica de toda área externa.

Chamado de Multiplex Digital, a tecnologia permite reduzir o peso da estrutura do avião, visto a ausência de pesados e robustos reforços nas regiões das janelas, ao mesmo tempo que oferece a opção de usar os painéis como uma ampla tela de cinema ou monitor para realização de reuniões, conferencias, entre outros. Contra apenas o fato que muitos passageiros ainda têm nas janelas reais um alento ao voo, podendo acompanhar o deslocamento do avião e assim evitar fobias de estar em um ambiente fechado.

Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 17/02/2021, às 15h20 - Atualizado às 15h48


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