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O alto custo da pandemia

Grupo Lufthansa poderá entrar em processo de insolvência

Principal acionista individual da companhia questiona acordo de ajuda estatal e pode comprometer futuro do grupo alemão


Maior parte da frota da Lufthansa está em solo desde meados de março

Em meio a grave crise financeira, a Lufthansa enfrenta um novo desafio após Heinz-Hermann Thiele, o maior acionista individual da empresa, criticar publicamente os termos do acordo negociado com o governo alemão.

A Lufthansa avançava rapidamente nas negociações com para aprovar o pacote de auxílio estatal de US$ 9,8 bilhões, mas os termos do acordo foram considerados insuficiente para o acionista, que inclusive tinha os planos de aumentar a sua participação em 15% antes da crise, afirmando agora estar preocupado com o fato da companhia não ter divulgado todas as opções disponíveis de negociações.

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Uma das maiores críticas de Thiele é sobre a forma como o CEO da Lufthansa, Carsten Spohr, está conduzindo o processo, que considera pouco transparente. Porém, a Lufthansa afirma que caso o pacote proposto não seja aprovado no próximo dia 25 de junho, o grupo poderá entrar em um processo de insolvência.

Uma das soluções emergências para a falta de acordo entre os acionistas será pedir proteção a lei de insolvência da comunidade europeia, um processo semelhante ao Chapter 11, da lei de falências do Estados Unidos.

Caso o grupo alemão opte pela lei de insolvência, a Lufthansa terá a possibilidade de reestruturar os seus negócios enquanto estaria protegida dos seus credores. No entanto, esta decisão impactará diretamente na classificação de crédito e na relação com sindicatos. Uma falta de confiança do setor e dos funcionários colocariam a Lufthansa pela primeira vez em uma situação de risco no mercado europeu. A empresa alemã se consolidou como um dos maiores grupos de aviação do mundo, com forte presença na Europa.

Para dar um desfecho na situação, a companhia convocou todos os seus acionistas para comparecerem à assembleia geral extraordinária marcada para o dia 25. No encontro deverá ser votado os termos do acordo do auxílio estatal. Será necessário o voto majoritário simples, quando uma das propostas recebe voto de 50% dos acionistas mais um.

No primeiro trimestre deste ano, a Lufthansa queimou mensalmente reservas de US$ 896 milhões, além disso, deverá agora demitir até 22.000 funcionários por conta da crise, a maioria dos postos de serviço deverão ser perdidos de maneira permanente. A expectativa é que no futuro se busque formas mais eficientes de realizar atividades hoje feitas por funcionários próprios. Entre as opções estão aumento da automação e serviços de autoatendimento em todas as fases de reserva, check-in, despacho de bagagem, entre outros.

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Por Gabriel Benevides
Publicado em 18/06/2020, às 14h00 - Atualizado às 15h31


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