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Boeing reduz prejuízo no terceiro trimestre de 2025

Boeing reporta receita de US$ 23,3 bilhões no 3.º trimestre de 2025, com aumento nas entregas e prejuízo bilionário devido ao programa 777X


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Fabricante norte-americano alcança seu maior volume de entregas desde 2018 e mantém foco em estabilizar produção e recuperar rentabilidade - Boeing

Nos resultados financeiros do terceiro trimestre de 2025, divulgados hoje (29), a Boeing registrou receita de US$ 23,3 bilhões, resultado impulsionado pelo aumento das entregas comerciais e melhora operacional. Apesar disso, a empresa reportou prejuízo líquido de US$ 5,34 bilhões, abaixo dos US$ 6,18 bilhões do mesmo período de 2024.

O fluxo de caixa operacional atingiu US$ 1,1 bilhão (R$ 5,9 bilhões), enquanto o fluxo de caixa livre somou US$ 200 milhões (R$ 1,07 bilhão). O backlog total encerrou o trimestre em US$ 636 bilhões (R$ 3,41 bilhões). A empresa destacou avanços em segurança e qualidade, além da aprovação, em conjunto com reguladores norte-americanos, para elevar a produção do 737 para 42 aeronaves mensais.

O programa 777X continua em fase de testes de voo, mas a previsão de primeira entrega foi adiada para 2027, motivando o novo ajuste contábil. “A Boeing permanece focada em estabilizar suas operações e recuperar a confiança de clientes e parceiros”, disse Kelly Ortberg, CEO do fabricante.

Aviação comercial: entregas em alta e novos pedidos

A unidade de aviões comerciais reportou receita de US$ 11,1 bilhões (R$ 59,5 bilhões), com 160 aeronaves entregues — o maior volume trimestral desde 2018. O segmento contabilizou 161 pedidos líquidos, incluindo cinquenta unidades do 787 para a Turkish Airlines e trinta do 737 MAX 8 para o Norwegian Group.

O programa do 737 manteve produção média de 38 aeronaves mensais no trimestre, com plano de expansão aprovado pela FAA. Já o 787 mantém ritmo de sete unidades por mês, acompanhado de investimentos para ampliar as operações na Carolina do Sul. O backlog comercial alcançou 5.900 aeronaves, avaliadas em US$ 535 bilhões.

Defesa e Espaço: estabilidade e novos contratos

A divisão de defesa, espaço e segurança obteve receita de US$ 6,9 bilhões (R$ 37 bilhões) e margem operacional de 1,7%. No trimestre, a Boeing fechou contrato com a Força Espacial dos EUA para aprimorar comunicações via satélite e, em parceria com a Força Aérea Australiana, demonstrou capacidades autônomas do drone MQ-28 Ghost Bat. O backlog do setor chegou a US$ 76 bilhões (R$ 407,7 bilhões), sendo 20% provenientes de clientes internacionais.

Serviços globais: margem elevada e expansão estratégica

A unidade Global Services registrou receita de US$ 5,4 bilhões (R$ 29 bilhões) e margem de 17,5%, sustentadas pelo aumento da demanda comercial e mix favorável. Entre os destaques do trimestre estão o contrato com a Marinha dos EUA para manutenção de trens de pouso dos F/A-18 e o acordo com a Korean Air para o desenvolvimento conjunto de soluções de manutenção preditiva.

Por Marcel Cardoso
Publicado em 29/10/2025, às 09h30


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