O consórcio europeu Airbus desenvolveu o maior avião de passageiros da história com o propósito de atender ao crescente mercado global de transporte aéreo. Com capacidade de acomodar cerca de 500 pessoas, o A380 permite às companhias aéreas suprir com mais eficiência rotas de alta densidade e, ao mesmo tempo, reduzir o consumo de combustível por assento na comparação com outras aeronaves de maior porte, mesmo com quatro motores. Passados cerca de cinco anos e meio desde seu voo inaugural, em 2007, o superjumbo ganha seu primeiro saguão exclusivo, no Aeroporto Internacional de Dubai, que acaba de concluir a primeira fase de construção do Concourse A, no Terminal 3. O edifício, quando estiver finalizado, provavelmente ainda em 2013, poderá abrigar até 18 aeronaves A380, além de dois widebodies menores. A principal beneficiada será a companhia que estampa nossa capa desta edição, a Emirates Airline.
O tema segurança permeia boa parte das matérias deste exemplar de AERO Magazine. Na seção Cockpit Talk, publicamos uma reflexão oportuna a partir da tragédia de Santa Maria, que chocou o país no início deste ano. Nosso colaborador Ruy Flemming mostra, por um lado, as lições da aviação para prevenir desastres como o da boate Kiss e, por outro, o alerta de um evento como esse para que questões conhecidas pela comunidade aeronáutica não se convertam em acidentes, que, aliás, bateram recordes em 2012 no Brasil, sobretudo na aviação geral: foram 173 ocorrências.
Ainda nesta edição, uma reportagem extensa sobre a compra dos caças-bombardeiros para a FAB, cuja licitação se arrasta há mais de uma década e meia. O governo enfrenta um dilema e, nos bastidores, já se fala até de uma reformulação dos requisitos do Projeto F-X2, que criaria condições para a admissão de fabricantes com Sukhoi e Eurofighter. Considerando que os Mirage 2000 saem de cena em breve e os primeiros F-5EM/FM começarão a ser dasativados em 2017, o tempo para se tomar uma decisão se torna cada vez mais escasso.
Em mais uma reportagem de peso, fomos até a Bahia visitar a fábrica da Paradise e voar o novo Eagle, com seu canopi bolha. Lá conversamos com o senhor Noé de Oliveira, que, aos 71 anos, mostra a mesma vitalidade do menino que desejava construir aviões na metade do século passado. Um empreendedor: “Ninguém dava muito por nós, mas conseguimos mostrar que os baianos podem fabricar aviões”. Assim como José Carlos Neiva, considerado o pai do Paulistinha, que faleceu em pleno Carnaval e deixou órfãos os fãs de aviação. Gerações de pilotos aprenderam a voar a bordo do P-56, fabricado pela Indústria Aeronáutica Neiva, hoje incorporada pela Embraer.
Bom voo,
Giuliano Agmont e Christian Burgos
Redação
Publicado em 25/02/2013, às 08h03 - Atualizado em 27/07/2013, às 18h45
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