Editorial - Edição 257
No dia 27 de setembro de 2005 – portanto, há exatos 10 anos –, o Brasil decretava a criação da Agência Nacional de Aviação Civil, a Anac. Um momento histórico para o transporte aéreo do país, até então administrado por militares. A expectativa era a de que a aviação civil vivesse seu esplendor. Houve, de fato, um boom de passageiros, determinado pelo crescimento econômico do país e pela emergência de uma nova classe média. Mas houve, também, nessa década, acidentes como o da TAM (3054) e o da Gol (1907), denúncias de corrupção e de falta de capacitação de funcionários em diferentes áreas e problemas crônicos de atendimento tanto a aeronautas quanto a operadores da aviação geral, além da morosidade no incremento da infraestrutura aeroportuária. Em outras palavras, é difícil saber exatamente o que comemorar. Talvez seja uma boa oportunidade de discutirmos com mais responsabilidade os rumos da aviação civil brasileira.
Nesta edição de AERO Magazine, estreamos uma nova categoria editorial na revista, o “Flight Check”. Com uma estrutura mais meticulosa e uma abordagem um tanto despojada, avaliamos nesta primeira reportagem um voo da Alitalia entre São Paulo e Roma. Nossa comprovada experiência em torno do vinho e da gastronomia na revista Adega e da aviação em AERO Magazine nos permitiu fazer algo diferente do que se fazia até hoje. Esperamos que goste.
Nossa capa estampa o novíssimo jato de negócios da Cessna Aircraft / Textron Aviation. Tivemos a oportunidade de embarcar no Latitude para um voo de demonstração exclusivo nos céus de São Paulo. Estrela da Labace 2015, o avião esbanja conforto e performance. Representado no Brasil pela TAM Aviação Executiva, o avião tem tudo para repetir o sucesso de seu precursor, o Sovereign.
Por falar em exclusividade, fomos a única revista brasileira convidada oficialmente para participar da MAKS 2015, a maior feira de aviação da Rússia. Estivemos em Moscou para ver de perto as novidades da indústria local para o mercado ocidental. Passados mais de 20 anos desde o fim da União Soviética, os russos se reestruturam para desenvolver produtos com padrão global de qualidade.
Ainda nesta edição, uma segunda reportagem sobre os 70 anos do fim da Segunda Guerra, a estreia do Super Tucano na Esquadrilha da Fumaça e dois artigos especiais sobre uma tendência irrefreável, a conectividade a bordo. A notícia triste fica por conta do falecimento do primeiro editor de AERO, o incansável pesquisador aeronáutico Roberto Pereira.
Bom voo,
Giuliano Agmont e Christian Burgos
Redação
Publicado em 04/10/2015, às 00h00
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