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Gigante de dois motores

Israel produzirá o maior cargueiro bimotor do mundo

Em parceria com a GE a Israel Aerospace Industries converterá o 777-300ER para transporte de cargas


Chegou em Israel o primeiro 777-300ER que será convertido para versão cargueira pela IAI

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O primeiro Boeing 777-300ER que será convertido como cargueiro foi entregue pela GE Capital Aviation Services (GECAS) para a Israel Aerospace Industries (IAI). O chamado Big Twin deverá se tornar o maior avião comercial bimotor cargueiro (puro) em serviço no ocidente e com capacidade volumétrica superior ao 747-400F.

A empresa israelense é uma das referências em conversão de aeronaves, sendo a responsável por todo o projeto e modificação do avião. O projeto foi lançado pela GECAS em parceria com a IAI em outubro de 2019, com expectativa de entregar a primeira unidade em meados de 2022.

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Durante o processo de conversão o avião deverá receber uma série de mudanças estruturais, como a desativação da maioria das portas, reforço do piso principal, instalação de uma ampla porta de cargas na parte posterior da fuselagem e o revestimento de todas as janelas da cabine de passageiros.

O 777-300F terá um volume de cabine superior ao do 747-400F e custo até 21% inferior

O reforço no piso e a instalação da porta de cargas deverá ser uma das fases mais críticas do projeto, visto que será necessária a substituição de itens estruturais que dependem de um milimétrico alinhamento de todo o avião durante o processo. Uma série de macacos hidráulicos mantém uma calibração precisa para evitar qualquer variação ou mudança da posição da aeronave.

Tecnicamente chamado de 777-300ERSF, e designado comercialmente como The Big Twin, o modelo deverá substituir modelos antigos, como os veteranos MD-11F e 747-400F, prometendo uma redução no consumo de combustível de até 21%. O custo por tonelada prometido é até 22% inferior aos atuais 777F. Um dos destaques do avião é manter o mesmo Code E, de aeroportos, oferecendo maior capacidade que seus rivais diretos, como o próprio 777F, 747F e A330-300P2F.

Segundo o projeto Big Twin, o novo avião terá uma capacidade de carga 25% superior dos atuais 777F, produzidos pela Boeing e baseados no 777-200LR, assim como 15% mais volume que o 747-400BCF.

Um dos motivos é o maior comprimento da fuselagem do 777-300, aliado à sua estrutura que possui um afunilamento na parte final menor que do Jumbo. O volume total de carga será de 819 m³, com o piso principal podendo acomodar até 33 ULD de 96x125” e os porões outros 14 ULD de mesma dimensão. Além disso, a IAI afirma que o bulk de 17 m³ continuará sendo utilizado normalmente.

Versão cargueira do 777-300ER oferece maior capacidade de transporte utilizando mesmo espaço nos aeroportos

O alcance com máxima capacidade de carga será de 4.650 nm (8.600 km), com peso máximo de decolagem (MTOW) de 351,534 kg. O peso máximo de pouso será de 264,444 kg e o peso máximo sem combustível (MZFW) de 253,105 kg.

De acordo com a IAI e a GECAS, o 777-300ERSF terá 90% de comunidade com as versões de passageiros, não exigindo nenhum novo tipo de treinamento em simulador por parte dos pilotos. As poucas alterações em termos de componentes serão relativas as mudanças estruturais, que não devem chegar nem aos 10% do avião.

Ainda que o preço do avião não tenha sido divulgado, a GECAS e IAI afirmam que será inferior ao do 777F, comercializado pela Boeing com preço de tabela de US$ 352 milhões.

Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 05/06/2020, às 13h00 - Atualizado em 10/06/2020, às 16h58


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