Mirage 2000 deixou um legado importante não apenas para a França, mas também no Brasil
A Força Aérea da França (Armée de l'Air) aposentou seu último Mirage 2000C RDI (versão especial do avião equipada com um radar especial), no dia 23 de junho. Uma cerimônia especial foi realizada na base aérea de Orange-Caritat 115, localizada na cidade francesa de Orange.
#Hommage Aujourd'hui, 23 juin, a lieu le retrait de service du Mirage 2000C RDI et la mise en sommeil de l’escadron de chasse 2/5 « Île-de-France » sur la BA 115 d’Orange. Après 33 années passées au service des ailes françaises, le Mirage 2000C RDI passe le relais au Rafale. pic.twitter.com/eTuo7iM6Dd
— Armée de l'Air et de l'Espace (@Armee_de_lair) June 23, 2022
Além da aposentadoria do delta, apelido pelo qual ficou conhecido a família Mirage, também foi desativado temporariamente a unidade de caça, Escadron de Chasse 2/5, que operava caças Mirage 2000 RDI.
A unidade retornará em 2024, já equipada com os avançados Dassault Rafale F4 (VERSÃO mais recente) que são hoje a espinha dorsal da defesa aérea da França, voando tanto pela força aérea quanto pela marinha.
O último Mirage 2000 aposentado entrou em serviço em 1984 e registrou um total de 235.000 horas de voo ao longo de quase 40 anos de atividade.
Para ressaltar a importância do Mirage 2000 na aviação militar da França, um dos caças recebeu uma pintura especial em cores pretas e com a inscrição em francês Missão Cumprida.
O legado do Mirage para a França é motivo de orgulho nacional. O primeiro caça da família desenvolvido nos anos 1950, com uma série de variante e modernizações. O Mirage 2000 foi desenvolvido em meados da década de 1980 e serviu como um vetor rápido de interceptações aéreas não apenas na França, mas também vários outros países, inclusive no Brasil por um curto período de tempo.
No outrora ano de 2006, chegava ao Brasil os primeiros Mirage 2000C/B, usados pela Armée de l'Air, as aeronaves iriam compor o 1º GDA que havia aposentado, em 2005, o lendário Dassault Mirage III.
Ao todo, foram 12 unidades adquiridas pela FAB, que se mantiveram em atividade ate 2013. O propósito da compra foi para defender temporariamente o espaço aéreo brasileiro, ao lado dos F-5M, enquanto não havia uma definição pelo caça vencedor do Programa FX-2.
Em 2013, a FAB anunciou a escolha do Gripen NG (Gripen E/F) para renovar a frota da aviação de caça, vencendo o Dassault Rafale, e com isso encerrando a histórica operação dos caças franceses no Brasil.
Por André Magalhães
Publicado em 27/06/2022, às 09h32
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