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Fabricante turco planeja lançar novo avião turbo-hélice regional

Turkish Aerospace estuda avião com capacidade entre 70 e 90 assentos e não descarta parceria internacional


Motor Turbo-hélice

Mercado de turbo-hélices deverá manter boas perspectivas de crescimento ao longo da década

A Turkish Aerospace, um dos principais fabricantes aeronáuticos do mundo, estuda a viabilidade de desenvolver um turbo-hélice regional com capacidade entre 70 e 90 assentos.

A movimentação do fabricante turco vai de encontro com análises do mercado que prevê a necessidade no médio prazo de substituição da atual frota de turbo-hélices regionais em serviço.

Ainda que os modelos da ATR continuem sendo um sucesso de vendas, o projeto que soma mais de trinta anos se aproxima do limite de atualizações disponíveis. Já a rival De Havilland Canada, que produz a série Dash 8, também não tem maiores margens para atualização do veterano e versátil DCH-8.

Em entrevista ao site especializado em aviação ATN, o executivo chefe da Turkish Aerospace, Temel Kotil, confirmou que a empresa estuda desenvolver seu primeiro avião comercial regional.

Um dos destaques da entrevista foi a ressalva que a Turkish Aerospace planeja um projeto novo, mas que não descarta uma sociedade internacional. “Temos uma necessidade crescente de aeronaves turbo-hélice e gostaríamos de fabricar na íntegra como um produto completo, mas sem excluir as parcerias”, disse Kotil.

Embraer estuda entrar no mercado de turbo-hélices, mas busca parceria para desenvolver o projeto

O discurso é alinhado com o argumento oficial da Embraer, que também estuda um avião regional turbo-hélice na mesma faixa de assentos, e que o programa só será oficializado caso haja uma parceria. A própria ATR é um consórcio formado atualmente pela Airbus e a italiana Leonardo. Ainda que envolva um programa de baixo risco e com investimentos de menor volume, quando comparado aos programas de aviões a jato, as margens de lucro também são menores e a comercialização exige uma prospecção global. Assim, é natural que o segmento atue através de parceria, reduzindo a exposição de um único fabricante as incertezas comuns do mercado de aviação comercial.

Outro destaque é o interesse da Turkish Aerospace em apontar o uso de inteligência de controle de voo como uma das premissas básicas do projeto. A maior interação de sistemas avançados de navegação e controle de voo está sendo cada vez mais estudado pelo setor aeroespacial, graças seu menor custo atual e a maior capacidade e segurança oferecida. A Embraer ainda que não tenha citado uso de inteligência artificial no conceito apresentado no ano passado, tem estudado propulsão hibrida e novos conceitos aerodinâmicos e de construção.

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Mesmo que pouco conhecida fora do segmento industrial, a Turkish Aerospace é fornecedora de seções de fuselagem, asas e painéis de revestimento dos principais fabricantes, como Airbus, Boeing, Gulfstream e Leonardo. Além de produzir localmente alguns modelos de helicópteros, incluindo o modelo de ataque T129 ATAK, derivado do A129 Mangusta.

O estudo de novos aviões regionais turbo-hélices deverá ser tema de diversos anúncios do setor nos próximos anos. Além dos efeitos da pandemia no transporte aéreo, que poderá forçar uma reavaliação da forma que a malha é distribuída na maior parte dos países, existe uma tendência natural de ampliação e modernização da atual frota.

Segundo o estudo 2021 Fleet & MRO Forecast, da revista norte-americana Aviation Week, aproximadamente 4.100 aviões turbo-hélices estarão em serviço em 2020, com perspectivas de a frota se manter estável nos próximos anos. Porém, enquanto hoje a ATR mantém a liderança quase absoluta no segmento, com quase o dobro das vendas da rival canadense De Havilland Canada, na próxima década ambos os projetos terão mais de quarenta anos.

Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 29/01/2021, às 15h30 - Atualizado às 15h53


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