Embaixador iraniano declarou que espera uma flexibilização dos embargos comerciais com o governo Biden
Venda de aviões da Embraer para o Irã depende de aprovação do Departamento de Estado norte-americano
O Irã pretende reiniciar as negociações para aquisições de aviões da Embraer. O anuncio foi feito pelo o embaixador iraniano em Brasília, Hossein Gharibi e reportado pela CNN Brasil.
Segundo a emissora, o Irã espera que com o início do governo Joe Biden haverá uma redução ou mesmo fim das sanções comerciais impostas ao país. No final do mandato do presidente Barak Obama houve a autorização para compra de aviões comerciais por parte das empresas aéreas iranianas, que negociaram especialmente com a Airbus e Boeing
Originalmente a Iran Air desejava um mix de aviões que incluía modelos da Airbus e Boeing. Aliás, o fabricante norte-americano chegou a um acordo com a Iran Air para a venda de 80 aeronaves, avaliadas em US$ 16,6 bilhões. Porém, ao assumir a presidência Donald Trump cancelou o acordo, endurecendo ainda mais as sanções contra Teerã.
Entre as alegações está o descumprimento do acordo de desnuclearização do Irã, assim como a desconfiança que os aviões seriam na verdade utilizados para fornecer componentes vitais para o desenvolvimento de armamentos avançados. Na ocasião chegou-se a cogitar que a inteligência militar iraniana queria apenas os sistemas de navegação existente nas modernas aeronaves comerciais, que seriam posteriormente instalados em misseis de cruzeiro.
Ainda que o fim do acordo tenha ocorrido de forma unilaterial pelos Estados Unidos, sem envolver a maioria dos países europeus ou mesmo o Brasil, existe severas restrições na exportação de equipamentos que utilizem tecnologia e componentes de origem norte-americana.
"Já informei o CEO da Embraer [Francisco Gomes Neto] que, assim que ele estiver pronto, estou pronto para tentar retomar as negociações do ponto em que foram interrompidas em 2017”, declarou o embaixador Gharibi a CNN Brasil.
Um eventual acordo com a Embraer dependerá de uma autorização formal do governo dos Estados Unidos autorizando as exportações, algo por ora, visto como pouco provável de ocorrer.
Ainda que distantes das restrições de Washington, a Rússia e China também não conseguiram evoluir em acordos de vendas de aeronaves comerciais com o Irã.
Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 27/01/2021, às 18h00 - Atualizado às 18h14
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