Exercício Tápio 2020 via ampliar capacidade de resposta operacional em diversos cenários de combate modernos
As aeronaves de ataque A-29 Super Tucano realizaram missões de combate simulado contra forças insurgentes
A Força Aérea Brasileira realizou a primeira Missão Aérea Composta (COMAO, na sigla em inglês) do Exercício Operacional Tápio 2020, empregando um total de vinte aeronaves. O exercício ocorreu no sábado (22), onde foi realizado um treinamento em cenário simulado de guerra não convencional, onde existe o combate contra forças insurgentes ou paramilitares e não entre dois Estados. A adoção deste tipo de abordagem segue a maior parte da realidade dos conflitos modernos, sendo também o perfil encontrado em missões de paz da Organização das Nações Unidas.
No COMAO dezenas de aeronaves decolam em um curto espaço de tempo para cumprir ações complementares, visando alcançar um objetivo comum. No caso do exercício foi estabelecido um cenário com três missões distintas: ataque a alvos estratégicos em terreno ocupado por uma força inimiga, Busca e Resgate em Combate (CSAR, na sigla em inglês), além de assalto aeroterrestre, onde é realizado o lançamento de suprimento e tropas para apoio de forças amigas.
De acordo com a FAB, a missão envolveu o uso quase simultâneo dos aviões de ataque A-1 e A-29 Super Tucano; os helicópteros H-36 Caracal, H-60L Black Hawk, AH-2 Sabre e SC-105, utilizado nas missões CSAR; e os aviões de transporte C-105 Amazonas e C-95 Bandeirante nas missões de assalto aeroterrestre. Além disso, uma aeronave E-99, de alerta aéreo antecipado e controle, foi utilizado como posto avançado de comunicação.
Na ordem os AH-2 Sabre (Mil Mi-35), H-36 Caracal (Airbus H225M) e H-60L Black Hawk (Sikorsky UH-60)
Uma das vantagens desse tipo de treinamento é poder envolver diversas áreas da força aérea em uma mesma missão, algo similar aos cenários reais onde é pouco provável que apenas uma divisão esteja envolvida. “Esse formato de COMAO dentro do Exercício Operacional Tápio promove a participação de praticamente todas as aviações da FAB em um mesmo contexto de treinamento”, ressalta Rodolfo Santos Moura, major aviador que foi o comandante de missão (mission commander) do exercício.
O planejamento de um voo de pacote é realizado pelo Mission Commander, que é o piloto responsável por coordenar toda a missão. Após receber a Ordem de Tarefa Aérea, um documento onde constam todas as ações a serem executadas por cada envolvido na missão, o mission commander tem apenas 24 horas para fazer a coordenação entre todos esquadrões e realizar a primeira decolagem. Para isso são realizadas diversas reuniões e um briefing com todas as tripulações envolvidas, mostrando o objetivo daquela missão e como ela será realizada.
A realização de manobras militares do tipo permite a FAB garantir a continuidade de sua capacitação operacional e a pronta-resposta em diversas missões que são executadas ao longo do ano. Entre elas, permite aos militares o correto adestramento, especialmente em planejamento e controle, para execução de missões reais como a Operação Covid-19, que tem apoiado a logística no enfrentamento a pandemia do novo coronavírus, assim como o combate aos incêndios no Pantanal, aliás, que estão ocorrendo simultaneamente e em paralelo ao Exercício Operacional Tápio.
Equipe envolvida na missão de assalto aeroterrestre no momento do embarque no C-105 Amazonas (Airbus C295)
A FAB destaca que a atual edição do exercício adotou ainda um novo protocolo de medidas adotadas para combate e prevenção à covid-19. O treinamento conta com a execução de um Plano de Biossegurança, que inclui a instalação de uma Unidade Celular de Saúde (UCS), aeronaves prontas para evacuação aeromédica, locais designados para eventual isolamento e um Esquadrão de Saúde equipado para receber pacientes com agravamento do quadro clínico.
Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 24/08/2020, às 09h00 - Atualizado às 09h53
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