Exercício em Santa Cruz conclui certificação armada do F-39E Gripen e valida seu emprego em missões de defesa aérea

A Força Aérea Brasileira realizou, em 8 de dezembro, o primeiro exercício de tiro aéreo com o canhão do F-39E Gripen marcando a etapa final de certificação armada do caça e aproximando o programa da plena capacidade operacional.
O disparo, realizado na Base Aérea de Santa Cruz, no Rio de Janeiro, inaugura a fase de validação operacional do sistema, após a verificação técnica concluída na Base Aérea de Anápolis e a demonstração recente do míssil Meteor e do reabastecimento em voo com o KC-390. A atividade integrou treinamento de pilotos, avaliação da doutrina de emprego do canhão e testes de prontidão em condição de Alerta de Defesa Aérea.
O tiro foi conduzido pelo comandante do 1º Grupo de Defesa Aérea (1º GDA), Ramon Lincoln Santos Fórneas, tenente-coronel aviador. A operação incluiu a simulação completa de preparação, remuniciamento e reposicionamento para medir o desempenho do Gripen em cenários típicos de defesa aérea. O alvo foi rebocado por um caça F-5M do 1º Grupo de Aviação de Caça.


Na análise técnica, foram avaliados a precisão do armamento, a estabilização da solução de tiro e o comportamento do Gripen em diversos perfis de voo representativos. Segundo o 1º GDA, o canhão Mauser BK-27, de 27 mm, demonstrou estabilidade e cadência compatíveis com os requisitos operacionais da FAB para engajamentos de baixa performance e missões de policiamento do espaço aéreo.
A empresa brasileira Akaer participou do desenvolvimento da seção estrutural que abriga o canhão, dentro do acordo de transferência de tecnologia da Saab para o Brasil. A etapa é apontada como um dos indicadores do avanço industrial e da capacitação nacional decorrentes do programa Gripen.
Com o tiro real do canhão, a FAB conclui as validações necessárias para o emprego completo do F-39E em missões de defesa aérea. O comandante de preparo e tenente-brigadeiro do ar, Raimundo Nogueira Lopes Neto, afirmou que o resultado confirma a prontidão do caça para cumprir o Alerta de Defesa Aérea, consolidando o Gripen como vetor plenamente integrado ao sistema de defesa aeroespacial brasileiro.
Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 11/12/2025, às 16h00