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Substituto do Bandeirante

FAB poderá receber aeronave cargueira híbrida na próxima década

Substituto do Bandeirante será desenvolvido pela Embraer e deverá ter capacidade de operar em pistas curtas na região amazônica


FAB espera que nova aeronave complemente leque de missões realizadas pelo C-390 Millennium

A Embraer e a Força Aérea Brasileira (FAB) assinaram hoje (19) um memorando de entendimento (MoU) para o estudo e potencial desenvolvimento de uma nova aeronave leve de transporte militar.

De acordo com o MoU, o objetivo é estudar alternativas e soluções para uma aeronave leve que seja capaz de atender às necessidades da FAB, especialmente na região Amazônica, considerando a operação em pistas extremamente curtas, estreitas, não pavimentadas, em localidades remotas, normalmente desprovidas de infraestrutura de suporte.

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“O objetivo desse memorando foi formalizar a intenção da Embraer em desenvolver uma aeronave leve para transporte de carga e pessoal. Esse projeto conta com a participação da Força Aérea no que tange, principalmente, ao compartilhamento de expertises”, disse o Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar, Antonio Carlos Moretti Bermudez.

A Embraer afirma em documento que buscará alternativas na aplicação de novas tecnologias que permita a aeronave oferecer soluções eficientes às demandas extremas, incluindo arquiteturas de sistemas, soluções de plataforma, propulsão hibrida-elétrica, entre outras.

A futura aeronave poderá substituir os atuais EMB-110 Bandeirante, em uso na FAB desde a década de 1970 e que passou por uma recente modernização de aviônicos. Contudo, a vida operacional do modelo está próxima ao limite, com as últimas unidades sendo aposentadas na década de 2030.

Algumas características que constam no documento preveem que aeronave tenha capacidade de decolar com carga máxima útil de ao menos 3 mil quilos, de uma pista com 1.200 metros, e operar em ambiente amazônico, com elevadas temperaturas e umidade. A aeronave é conceitualmente híbrida incorporando motores de características turboélice e elétricos, deve ser resistente, econômico e vanguarda tecnológica.

Segundo a FAB, um dos conceitos a serem implantados no desenvolvimento é o da sustentabilidade, com uso de tecnologias renováveis e com menor impacto ambiental e econômico. “Será um produto moderno, disruptivo, uma vez que se pretende utilizar dessas tecnologias de sustentabilidade, que hoje estão tão em voga, trabalharmos com o meio ambiente”, comentou o tenente-brigadeiro do ar Carlos Augusto Amaral Oliveira, Chefe do Estado-Maior da Aeronáutica.

Em nota, a FAB justificou o estudo como um complemento a recém aquisição dos cargueiros KC-390, que devem substituir a frota dos veteranos C-130 Hercules, permitindo modernizar sua capacidade de transporte leve, atendendo de forma abrangente as necessidades de missão no país.

Pelo acordo firmado, a Embraer realizará os estudos de mercado para desenvolvimento da nova aeronave enquanto a FAB compartilhará a vasta experiência que possui na operação de aviões nesse segmento.

 “Estamos certos de que a experiência da Força Aérea Brasileira nos ajudará a estabelecer os requisitos mais adequados para esse estudo, resultando em um avião extremamente capaz”, disse Jackson Schneider, presidente e CEO da Embraer Defesa & Segurança.

A Embraer e a FAB não possuem um prazo para conclusão dos estudos ou mesmo para o desenvolvimento da futura aeronave.

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Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 19/12/2019, às 21h00 - Atualizado em 20/12/2019, às 11h54


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