Desativação dos F-5M ocorre junto com a chegada dos primeiros Gripen F-39 de produção em série
A Força Aérea Brasileira (FAB) está começando a desativar alguns caças F-5EM de sua frota. Não houve uma confirmação oficial da FAB, a informação foi divulgada pela revistas Asas.
Algumas unidades estão no Parque de Material de Aeronáutica de São Paulo, situado no aeroporto Campo de Marte, e não tem previsão de voltarem a ativa, segundo a Asas.
O número real de caças F-5EM/FM em uso pelo país não é divulgado pela FAB por questões de segurança. Contudo, a frota é dividida em bases no sul, no centro-oeste e no sudeste do país.
O início da desativação acontece juntamente com a chegada ao Brasil dos dois primeiros caças Gripen F-39E de produção em série. Nessa quarta-feira (6), os caças realizaram o primeiro voo no país, entre Navegantes, Santa Catarina a Gavião Peixoto (SP) – onde vão obter o Certificado de Tipo Militar.
Após isso, os aviões serão entregues ao 1º Grupo de Aviação de Caça, na base aérea de Anápolis (GO). Outras duas unidades deverão ser entregues no Brasil ainda neste semestre.Ao todo, a FAB terá 36 unidades do moderno caça de geração 4º plus.
Os primeiros F-5E Tiger II chegaram ao Brasil na década de 1970 (42 unidades), na década seguinte mais 26 foram adquiridos pela FAB. Os últimos Tigers foram comprados da Jordânia, totalizando oito aeronaves.
Em 2005, a FAB iniciou o processo de modernização dos caças, nossos F-5 receberam novos sistemas, uma aviônica digitalizada, a implementação de novos armamentos e da introdução doutrinária do combate BVR (combate além do alcance visual). Após a atualização os caças foram designados F-EM (monoposto) e F-5FM (biposto).
Foram 49 caças modernizados pela Embraer e demais empresas como, por exemplo, a AEL Sistemas. O último avião atualizado foi entregue em 2020.
Apear do começo da chegada dos Gripen e o início da desativação dos Tigers, os "narigudos" (como são conhecidos ), ainda vão operar por mais algum tempo até que a frota dos F-39E/F tenha um número considerável.
Ao longo destes 47 anos os F-5 Tiger seguem cumprindo a nobre missão da defesa aérea do Brasil e acumulam curiosas histórias para nossa aviação de caça.
Talvez a mais famosa delas, foi a interceptação do bombardeiro inglês Vulcan, em 1982. A aeronave inglesa retornava de uma missão nas ilhas Falklands/Malvinas (Guerra das Malvinas, em 1982 – entre Reino Unido e Argentina).
O objetivo era pousar na ilha britânica de Ascensão, mas um problema no sistema para reabastecimento impediou que o avião fosse abastecido em voo. Então, a tripulação seguiu rapidamente para o Rio de Janeiro, o lugar mais próximo para um pouso seguro.
Os radares da defesa aérea revelaram uma aeronave desconhecida chegando à capital do estado. Neste momento, dois caças F-5E Tiger II, pilotados pelos capitães Raul Dias e Marcos Coelho, decolaram da Base Aérea de Santa Cruz (RJ) rumo ao bombardeiro. Devido a emergência da missão os caças quebraram a barreira do som, assustando moradores locais e danificando janelas das residências.
Os Tigers interceptaram o Vulcan e o acompanharam até o Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão). A aeronave britânica ficou detida no Brasil por alguns dias até que fosse feito os tramites diplomáticos, com isso conluído, o lendário Vulcan e sua tripulação foram liberados.
Por André Magalhães
Publicado em 07/04/2022, às 11h10
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