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Meio ambiente e impostos

Espanha quer proibir voos de curto alcance em novo plano ambiental

Iniciativa prevê fim das operações regionais até 2050 e criação de imposto para viajante frequente


Airbus A319 da Iberia

Voos de curta duração e passageiros frequentes poderão sofrer com imposição de taxa adicional

O governo da Espanha apresentou, na última quinta-feira (20), uma série de ações em prol da consciência ambiental previstas para entrar em vigor até 2050. Entre as medidas uma delas promete impactar no futuro do transporte aéreo no país.

O chamado Espanha 2050 visa transformar o país neutro em carbono, priorizando a sustentabilidade e a resiliência às mudanças climáticas. A proposta prevê a proibição de voos de curta duração em território espanhol, seguindo uma proposta similar apresentada na França e Portugal.

Além disso, o projeto sugere a criação de uma tarifa de passageiro frequente e outra para proximidade de destino. Na prática haverá uma sobretaxa para evitar o uso de aviões constantemente, especialmente em rotas de curta duração. A intenção é coibir a totalidade dos voos que podem ser feitos de trem em até duas horas e meia.

O projeto contra o transporte aéreo segue uma tendência na Europa, muito ocasionada após pressão de órgãos ambientalistas, mesmo diante dos esforços das fabricantes de aeronaves e das companhias aéreas em substituir combustíveis de aviação derivados de petróleo pelo SAF (Sustainable Aviation Fuel), por exemplo.

No caso da inclusão das tarifas, segundo o Presidente do Governo da Espanha, Pedro Sánchez, as medidas devem ajudar a limitar as externalidades negativas da aviação regular e a aproximar seu tratamento tributário ao de outros meios de transporte.

“A Espanha quer dizer ao mundo e a nós mesmos que queremos estar na vanguarda desta transformação. Que conheçamos os desafios que o futuro nos trará e que nos declaremos capazes e dispostos a enfrentá-los e superá-los, fazendo das próximas décadas uma nova história de sucesso para o nosso país”, disse Sánchez.

A proibição de voos de curta duração na Europa deverá impactar severamente o transporte aéreo regional e grande parte dos voos domésticos, visto que grande parte dos destinos estão há menos de duas horas e meia de distância de trem, ou uma hora de voo.

Por Marcel Cardoso
Publicado em 24/05/2021, às 16h00 - Atualizado às 16h36


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