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Sob nova administração

Empresa espanhola assume gestão do aeroporto de Congonhas

Aena assume administração do aeroporto de Congonhas, em São Paulo, empresa vai construir novo terminal para 35 milhões de passageiros


Aeroporto de Congonhas é o segundo mais movimentando do Brasil - DECEA
Aeroporto de Congonhas é o segundo mais movimentando do Brasil - DECEA

A empresa espanhola Aena assumiu hoje (17), a gestão do aeroporto de Congonhas, em São Paulo, arrematado por R$ 2,45 bilhões em um bloco com mais dez outros terminais em agosto do ano passado.

A Aena Brasil diz que o aeroporto central de São Paulo receberá investimentos bilionários nos próximos 30 anos, incluindo a construção de um novo terminal para 35 milhões de passageiros por ano até 2053. 

A nova estrutura aumentará não só a capacidade, mas atenderá a separação necessária entre a taxiway e a pista principal, hoje fora dos padrões internacionais. Durante a execução das obras será necessária a remoção das pontes de embarque utilizadas atualmente.

De acordo com o edital de concessão de Congonhas, 70% dos passageiros devem embarcar diretamente sem a necessidade de deslocamento para posições remotas, ou seja, o terminal terá ao menos 20 pontes de embarque.

As primeiras intervenções da nova administração serão realizadas nas vias de acesso, ampliação da sala de embarque remoto, reforma dos banheiros, revitalização da fachada, além da integração do terminal com à futura Linha 17-Ouro do monotrilho, cuja entrega deve ocorrer em 2026.

Já o novo terminal, ampliação do pátio de aeronaves, novas posições de embarque e desembarque e a revitalização das taxiways serão entregues até junho de 2028. Com as obras a área de Congonhas será ampliada dos atuais 35 mil m² para 80 mil m².

Todos os projetos estão sendo apresentandos e discutidos com as companhias aéreas e a prefeitura de São Paulo.

A integração com a estação do monotrilho terá de receber aprovação do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico (Conpresp), já que o terminal paulistano é tombado.

Com a ampliação da capacidade e avanços nas operações, não está descartada a possibilidade de aumentar o número de direitos de pousos e decolagens, conhecidos como slots.

Um possível aumento dos voos na capital paulista terá que receber aval do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA). Atualmente a Latam possui o maior número de autorizações, com 240, seguida pela Gol que detém 238, enquanto a Azul opera 84 e a Voepass 20. 

Localizado no centro financeiro do país, Congonhas possui uma grande demanda corporativa e concentra as rotas mais movimentadas da América do Sul, incluindo a ponte aérea Rio-São Paulo, e os voos para Brasília, Porto Alegre e Belo Horizonte.

Entre janeiro a setembro de 2023, Congonhas movimentou 16.245.482 passageiros, o equivalente a 96,8% dos níveis de 2019, ano pré-crise sanitária.

O número de pousos e decolagens nos nove primeiros meses do ano, totalizou 173.084 aeronaves, ou média de 636 voos diários. O trafégo aéreo superou em 8,15% o volume registrado no mesmo período quatro anos antes.

Segundo maior terminal aéreo do país, em termos de passageiros e aeronaves, Congonhas é superado apenas pelo aeroporto internacional de Guarulhos, na grande São Paulo.

Com a tendência de alta e em meio a forte procura por viagens aéreas no quarto trimestre do ano, o terminal aéreo central da capital paulista deve encerrar 2023 com movimento igual ou levemente inferior ao registrado em 2019, quando 22.681.392 pessoas foram transportadas em 217.254 voos.

Por Wesley Lichmann
Publicado em 17/10/2023, às 09h00


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