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Desafio ampliado

Empresa aérea da Tailândia coloca a venda todos os seus 747

Thai Airways está enxugando a frota, mas a maioria dos modelos não interessa ao mercado de usados


Maior parte da frota de Boeing 777 da Thai são modelos de curto alcance e grande capacidade

A Thai Airways, a principal empresa aérea da Tailândia, iniciou um processo de venda direta de parte de sua frota, oferecendo ao mercado 34 aviões, incluindo os Boeing 747-400 e Airbus A300-600.

Antes mesmo da pandemia a companhia tailandesa já enfrentava uma grave crise interna, que foi potencializada com a quase total suspensão dos voos na maior parte de seus destinos mais rentáveis.

O processo de venda online disponibiliza diversas aeronaves, mas chama a atenção o fato da empresa estar vendendo todos os seus dez 747-400, modelo considerado um dos principais aviões da frota e amplamente utilizados em rotas de maior capacidade e com serviço superior. A lista inclui, apenas agora, o Airbus A340-600, que não voa pela companhia desde março de 2016.

A Thai Airways também disponibilizou para a venda dois veteranos Boeing 737-400, seis Boeing 777-200, seis 777-300 e por fim, três Airbus A340-500. A retirada de serviço de 25 aviões de longo curso demonstra uma reestruturação profunda e que deverá impactar no alcance internacional da companhia.

Com a situação no vermelho antes da pandemia, a Thai Airways entrou em concordata na Tailândia em setembro de 2020, buscando agora agilizar seu processo de organização interna. Um dos desafios é voltar a tornar a Thai rentável em um momento de drástica redução na demanda de voos para a Ásia, especialmente para a Tailândia, considerado um destino de lazer e que deverá demorar mais para obter a confiança no viajante estrangeiro.

A pandemia acendeu o alerta na Thai para tentar resguardar a sua reserva de caixa, que poderá se esgotar em dezembro, tornando quase impossível reverter a situação no curto prazo.

Além de aeronaves, diversos motores estocados que equipam uma variedade de aeronaves também estão à venda, sendo que algumas unidades ainda se encontram operacionais. Os interessados terão a oportunidade de comprar motores CF6-50, CF6-80, CFM56, PW4000, Rolls-Royce Trent 500 e Trent 800.

Outro desafio importante é conseguir repassar os Boeing 747, 777 e Airbus A340, em um momento que a maioria das empresas aéreas do mundo reduzem suas frotas de longo curso, especialmente de modelos quadrimotores. Por ironia, a frota de 777-300 da empresa é composta por modelos de curto alcance e elevada capacidade, que tem quase nenhum interesse do mercado, nem mesmo cargueiro.

Por Gabriel Benevides
Publicado em 06/11/2020, às 10h00 - Atualizado às 10h51


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