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Primeiro voo comercial transatlântico / Dois jatos Fiat no US Army


Primeiro voo comercial transatlântico

O primeiro voo comercial transatlântico ocorreu entre os dias 20 e 21 de maio de 1939, realizado por um hidroavião Boeing 314, o Yankee Clipper, da Pan American, que decolou de Port Washington, Long Island, em Nova York, com destino à França. Transportando apenas correio, o Yankee Clipper pousou em Marselha 26 horas e 54 minutos após a decolagem, incluindo uma parada para reabastecimento nas ilhas Açores. Em 24 de junho, o Boeing 314 Dixie Clipper, transportando 22 passageiros, partiu de Port Washington para Southampton, na Inglaterra, com escalas em Shediac e Botwood, no Canadá, e Foynes, na Irlanda. A viagem “ida e volta” custava o equivalente a US$ 17.500 de hoje.

Dois jatos Fiat no US Army

Assim como o Douglas A4D-2N (A-4) Skyhawk e o Northrop N-156 (F-5), o caça tático e de reconhecimento italiano Fiat G.91 passou por avaliações do Exército dos Estados Unidos como uma possível plataforma de reconhecimento tático e controle aéreo avançado (FAC). Foram utilizadas duas aeronaves: um G.91R-1, equipado com quatro metralhadoras .50 e três câmeras de reconhecimento Vinten, assim como um G.91R-3, que em lugar das metralhadoras possuía dois canhões DEFA de 30 mm.

Originalmente desenvolvido como resposta a uma solicitação da OTAN para um caça tático leve e de fácil manutenção, capaz de operar em pistas não preparadas, o G.91 era um jato simples e robusto, projetado para transportar uma significativa carga de armas em alta velocidade subsônica. A aeronave realizou seu primeiro voo em agosto de 1956 e operou nas forças aéreas de Itália, Portugal e Alemanha Ocidental.

O G.91 chamou a atenção do Exército dos Estados Unidos pelas suas características, consideradas ideais para as missões de FAC e reconhecimento. No final de 1960, o US Army conseguiu emprestadas duas aeronaves da Alemanha, que foram transportadas até os EUA em um Douglas C-124 Globemastar da USAF. Os aviões foram acompanhados pelo piloto de testes da Força Aérea Italiana Riccardo Bignamini – que havia pilotado o primeiro protótipo do G.91 – e vários pilotos e mecânicos da Luftwaffe. Durante o período de avaliação em Fort Rucker, os dois aviões utilizaram insígnias e marcações do US Army, mas mantiveram a camuflagem tricolor da Luftwaffe e os “c/n” em lugar de números de série militares americanos.

A equipe de avaliação norte-americana achou o modelo fácil de pilotar, de manutenção relativamente simples e totalmente capaz de executar as missões desejadas. Contudo, a queda do G.91R-1, que levou à morte de Riccardo Bignamini, encerrou o processo de avaliação e, logo depois, o Exército cedeu à pressão da Força Aérea e desistiu da compra de um jato. O G.91R-3 voltou para a Luftwaffe no início de 1962.

Redação
Publicado em 26/02/2014, às 00h00


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