Empresa registrou perdas bilionárias após crise provocada pela pandemia de covid-19
Virgin negociou sem sucesso um aporte privado de 1,2 bilhão de libras
A companhia aérea britânica Virgin Atlantic entrou com um pedido de falência em Nova York, após mais de 30 anos de operações lucrativas. A empresa buscava uma ajuda emergencial para sobreviver à crise gerada pela pandemia do novo coronavírus, mas não conseguiu viabilizar um acordo.
Recentemente a Virgin Atlantic havia anunciado que negociava um resgate privado de 1,2 bilhão de libras (R$ 8,31 bilhões), mas não conseguiu formalizar o empréstimo a tempo de salvar o negócio. O fundador da empresa, Sir Richard Branson, chegou a anunciar publicamente que havia oferecido sua ilha particular como garantia para o empréstimo.
Poucas semanas antes a Virgin havia solicitado um resgate ao governo britânico, que recusou apoio. Sem um aporte financeiro para quitar obrigações de curto prazo a empresa entrou com pedido no capítulo 15, da lei de falências dos Estados Unidos, que envolve casos de empresas com operação em vários países. Segundo a lei, ao acionar o dispositivo a Virgin protege seus ativos nos Estados Unidos de credores do Reino Unido.
A agência Bloomberg havia anunciado na última terça-feira (28 de julho), que a Virgin Atlantic declarou em uma audiência que ficaria sem caixa até meados de setembro. Na ocasião a empresa buscava o aval jurídico para iniciar um plano de reestruturação junto aos maiores credores.
Recentemente a companhia fechou sua base no aeroporto de Gatwick, nos arredores de Londres, e cortou mais de 3.500 empregos para lidar com as consequências da pandemia.
De acordo com o Business Insider nem mesmo Delta Air Lines, que detém 49% da empresa fez uma oferta por uma injeção imediata de capital. Entre os possíveis motivos está a lei britânica que restringe investidores estrangeiros de deter mais de 49% das ações de uma empresa aérea. A Virgin ainda não protocolou, até o fechamento da matéria, nenhum pedido similar no Reino Unido.
A Virgin Atlantic havia planejado operar no Brasil, voando entre Londres e São Paulo, a partir de março deste ano, mas a pandemia forçou a companhia aérea a cancelar definitivamente o projeto. Atualmente a companhia britânica conta com mais de 45 aeronaves na frota, incluindo os Airbus A350-1000 e Boeing 787-9.
Texto atualizado às 23h47 do dia 04 de agosto de 2020
Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 04/08/2020, às 21h00 - Atualizado às 23h50
+lidas