Suposta nova arma pode indicar ampliação da capacidade de ataque de longo alcance de Pequim
No destaque míssil flagrado no H-6N pode indicar nova arma de longo alcance chinesa
Um bombardeiro chinês H-6N foi visto com um míssil desconhecido enquanto pousava na base militar de Neixiang. O misterioso artefato pode ser um novo míssil balístico com uma ogiva hipersônica, ou ainda, um míssil antinavio ar-mar.
Em um vídeo publicado no YouTube [abaixo] é possível observar um míssil de grandes dimensões unido ao bombardeiro Xian H-6N, podendo demonstrar o aumento na capacidade do veterano avião que forma a espinha dorsal da força de ataque da força aérea do Exército de Libertação do Povo Chinês (PLA, na sigla em inglês).
As imagens mostram um artefato com comprimento entre 13 e 15 metros, com a seção dianteira em formato de cunha e possivelmente abastecido com combustível sólido. Porém, a arma é bastante semelhante ao míssil balístico hipersônico Dongfeng-17, que fez sua primeira aparição pública no em geral no desfile do Dia Nacional da China, em 1 de outubro de 2019.
Enquanto não se tem certeza sobre a especificação da nova arma, analistas militares internacionais destacam a ampliação das capacidades dos bombardeiros H-6, derivados dos veteranos aviões soviéticos Tupolev 16, desenvolvidos na década de 1950.
Os atuais H-6N receberam uma série de melhorias em relação a série anterior, o H-6K, incluindo maior peso máximo de decolagem, capacidade de reabastecimento em voo, possivelmente novos sistemas de navegação e de radar.
Os H-6N expandem a capacidade de bombardeiros chineses que passam de médio para longo alcance, permitindo cobrir praticamente toda a região do Indo-Pacífico. Uma possível capacidade adicional com mísseis balísticos hipersônicos pode ampliar a capacidade de ataque e resposta do exército chinês para além da região de fronteira, tendo capacidade para atingir alvos estratégicos da Coreia do Sul, Estados Unidos e Japão.
Aliás, o uso de armamento hipersônico pela China tem ampliado a desconfiança dos Estados Unidos sobre a possibilidade de uma nova variante de mísseis balísticos estarem sendo desenvolvidos pelo rival asiático. Potencialmente o uso dos atuais H-6N com um míssil balístico de médio alcance, como é provável que sejam as características do artefato flagrado no bombardeiro, permitiria a China alcançar as bases norte-americanas nas ilhas Wake e Guam.
Por Gabriel Benevides
Publicado em 26/10/2020, às 09h30 - Atualizado às 10h40
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