Prejuízo da Boeing no trimestre foi o dobro do registrado nos três primeiros meses de 2021
A Boeing divulgou hoje (27) os resultados financeiros do primeiro trimestre de 2022, reportando prejuízo de US$ 1,24 bilhão (R$ 6,2 bilhões), o que representa o dobro do mesmo período do ano anterior. O fabricante creditou o mau desempenho à guerra na Ucrânia, que potencializou os encargos.
Entre janeiro e março, as receitas alcançaram US$ 14 bilhões (R$ 70 bilhões), queda de 8% em relação aos três primeiros meses de 2021. Em 31 de março, a Boeing tinha liquidez disponível de US$ 12,3 bilhões (R$ 61,3 bilhões), cerca de 25% menos do que em 31 de dezembro.
"Aumentamos a produção e entregas do 737 MAX e fizemos progressos importantes no 787, submetendo nosso plano de certificação à FAA. (...) Continuamos no caminho certo para gerar fluxo de caixa positivo para 2022”, disse Dave Calhoun, CEO da Boeing.
Em meio aos resultados foi confirmado o adiamento das primeiras entregas do 777X para 2025, ratificando as informações ventiladas no início da semana, o que, segundo o fabricante, impactará com custos adicionais de US$ 1,5 bilhão (R$ 7,52 bilhões) até que a produção seja retomada. Para o segundo trimestre, a Boeing afirmou que a taxa de produção do 737 deve aumentar para 31 aviões por mês.
A opção por adiar a certificação do 777-9 ocorre em um momento que a Boeing trabalha para certificar no curto prazo o 737 MAX 10. A mudança nas regras do FAR 25, que regulamenta a homologação de aviões de transporte comercial, poderá inviabilizar a certificação do 737 MAX 10 a partir de janeiro de 2023. A obrigatoriedade do CAS (crew alert system) tornaria inviável a viabilidade econômica do 737 MAX 10, exigindo um treinamento diferenciado e oneroso para as empresas aéreas, que na prática teria dois aviões na mesma família.
Marcel Cardoso
Publicado em 27/04/2022, às 09h15
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