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Aviação limpa

Boeing quer ajudar a acelerar a redução de emissões na aviação

Setor aéreo nos EUA se une em torno de propostas para descarbonizar a aviação e Boeing assume liderança em projetos


Boeing trabalha há vários anos no desenvolvimento de novas tecnologias ambientalmente sustentáveis - Boeing
Boeing trabalha há vários anos no desenvolvimento de novas tecnologias ambientalmente sustentáveis - Boeing

A busca por tecnologia limpas na aviação ganhou novo impulso com a confirmação que a Boeing representará a indústria aeroespacial dos Estados Unidos no desenvolvimento de soluções que ofereçam carbono zero no médio prazo. A escolha da Boeing ocorre em meio ao esforço criado pela Casa Branca, em conjunto com o Fórum Econômico Mundial, para acelerar as pesquisas em tecnologias ambientalmente responsáveis.

 O chamado First Movers Coalition (FMC) foi criado no final de 2021 para aumentar o poder de compra de grandes empresas e acelerar o ritmo da descarbonização de setores industriais como transporte e produtos químicos. A Boeing é um dos membros fundadores da FMC e será a representante do setor de aviação dos Estados Unidos.

Assim, o fabricante que atravessa uma complexa reestruturação interna, em especial no setor de aviação comercial, se compromete a promover a comercialização de combustíveis de aviação sustentáveis (SAF, na sigla em inglês) e o avanço de outras tecnologias de baixa emissão de carbono.

Os principais fabricantes de aeronaves no mundo consideram que a ampliação de soluções sustentáveis é fundamental para a meta de zero emissão líquida até 2050. Um dos maiores problemas climáticos atuais é manter as temperaturas globais em 1,5°C acima dos níveis pré-industriais. Um dos temores é que um aquecimento maior no mundo possa gerar um complexo desequilíbrio climático, colocando em risco todo o ecossistema, inclusive a humanidade.

“Só podemos nos manter no caminho para 1,5°C se impulsionarmos o mercado de tecnologias transformadoras de zero emissão de carbono para que se tornem tão competitivas em termos financeiros quanto as soluções atuais de emissão intensiva de carbono”, disse Nancy Gillis, chefe da First Movers Coalition. “Parabéns à Boeing pela sua nova função de representante do setor de aviação. Espero trabalharmos juntos para promover a importância e acelerar o uso dessas tecnologias emergentes”

A Boeing deverá promover as tecnologias atuais e aumentar as parcerias do setor para expandir o fornecimento de combustível de aviação sustentável, enquanto define estratégias para o desenvolvimento de novas soluções. Entre as opções estudadas pelo setor aéreo é uso de novos materiais na construção de aeronaves, aerodinâmica refinada, novos conceitos de gestão de tráfego aéreo, entre outros.

“É uma honra atuar como representante do nosso setor, comprometido em fazer parcerias com os membros da FMC e outras organizações para expandir os combustíveis de aviação sustentáveis e acelerar as tecnologias de baixa emissão de carbono para descarbonizar a aviação”, disse Brian Moran, vice-presidente de políticas e parcerias globais de sustentabilidade da Boeing.

A Boeing recrutou um dos principais especialistas em SAF para trabalhar com as mais de 50 empresas da First Movers Coalition e outros parceiros do setor. Robert Boyd deixa a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA, na sigla em inglês) para se juntar à Boeing. Na IATA, ele liderou o trabalho de descarbonização, incluindo o avanço da implementação comercial do SAF e a abordagem de desafios políticos, econômicos, logísticos e de sustentabilidade.

A Boeing baseia seus trabalhos de sustentabilidade, que incluem o programa ecoDemonstrator. O projeto realizou uma série de avanços, como em 2018 promoveu o primeiro voo de avião comercial usando combustíveis 100% sustentáveis, feito realizado por um 777F, da cargueira FedEx Express.

No ano passado, a Boeing fez parcerias com organizações do setor para descarbonizar o setor aeroespacial, incluindo SkyNRG, Alaska Airlines, Etihad Airways, NASA, Rolls-Royce e United Airlines.

Outro trabalho em andamento é o uso de soluções com hidrogênio, onde a Boeing tem experiência significativa, tendo realizado seis demonstrações diversas com a tecnologia nos últimos 15 anos.

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Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 11/08/2022, às 17h35


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