Empresa espera reestrutura compromissos em um ambiente amigável diante da crise gerada pelo Covid-19
Azul opera atualmente 70 voos diários, ante as mais de 900 operações realizadas antes da crise do coronavírus
A Azul está buscando reestruturar compromissos, que ultrapassam R$ 15 bilhões, frente à crise gerada pelo COVID-19 na aviação mundial. A companhia contratou o escritório Galeazzi e Associados para assessorar o processo, que deverá ser feito em um ambiente amigável.
Assim como as demais empresas aéreas do mundo, a Azul teve praticamente cancelado todos seus voos, mantendo uma operação mínima, refletindo em uma queda abruta na demanda e consequentemente nas receitas. A empresa operava uma média de 900 voos diários antes da crise, enquanto atualmente são cerca de 70 voos.
A preocupação atual da companhia é que a recuperação do mercado poderá ser mais lenta que o esperado para a economia como um todo. O setor aéreo depende da atividade econômica funcionando, mas o maior entrave deverá ser a desconfiança inicial dos passageiros quanto a necessidade de viajar, postergando para meados do terceiro trimestre a retomada do mercado aéreo doméstico.
O maior problema para a empresa é que não existe uma perspectiva sobre a duração da pandemia e por quanto tempo as medidas de isolamento social serão válidas em todo o mundo. Recentemente o fundador da Azul, David Neeleman, reduziu sua participação na empresa através da venda de ações preferenciais. A empresa negocia um acordo para poder honrar seus compromissos ao mesmo tempo que aguarda uma definição dos recursos emergenciais prometidos pelo Governo Federal. Entretanto, as negociações com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ainda não avançaram.
A Azul espera contar com a assessoria dos Galeazzi e Associados para detalhar um processo de negociações com credores e fornecedores, ao mesmo tempo que trabalha em outras frentes para reduzir sua exposição a crise. Recentemente a empresa aprovou um pano de contingencia prevendo a redução dos salários dos membros do comitê executivo em 25%, válido enquanto perdurar a crise atual.
Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 15/04/2020, às 00h00 - Atualizado às 01h03
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