Aeronaves passaram a ser fretadas por diversas organizações no mundo para transportar itens médicos emergenciais
O maior avião do mundo, o An-225 se uniu ao combate ao Covid-19 | Foto: Warsaw Chopin Airport/Małgorzata Kraków-Okine
Os gigantescos cargueiros operados pela ucraniana Antonov voaram em diversas missões humanitárias para o combate a guerra ao coronavírus. As aeronaves foram utilizadas no transporte de medicamentos e insumos médicos, aproveitando sua grande capacidade de transporte e volume interno.
Após uma longa pausa de 18 meses para a realização de trabalhos de modernização, o An-225, o maior avião cargueiro do mundo e uma das aeronaves mais icônicas do mundo da aviação, foi fretado por uma empresa polonesa para buscar suprimentos médicos.
An-225 possui 1.300 m³ de espaço interno e peso máximo de decolagem de 640.000 kg | Foto: Antonov Company/Michał Zaremba
O gigante de 285 toneladas decolou de Kiev, na Ucrânia, com destino a China onde receberia a carga de itens médicos. Por ter sido dedicado com objetivo de voar curtas distancias com peso máximo de decolagem de 640 toneladas, o An-225 possui um alcance restrito, o que exigiu uma escala técnica em Almaty, no Cazaquistão. O gigante de seis motores possui capacidade de volume de carga de 1.300 metros cúbicos, o maior entre os aviões em serviço no mundo.
Após receber a carga na China, o avião voou para a Polônia, onde equipes médicas receberam ansiosamente uma série de equipamentos de proteção individual, testes e medicamentos.
Além do An-225, a Antonov está usando mais cinco An-124 para realizar voos de transporte de suprimentos e equipes médicas para áreas carentes, além de atender a fretamento de organizações internacionais, como da Otan.
Irmão "menor", o An-124 possui peso máximo de decolagem de 402 toneladas | Foto: NSPA-NATO
Em apenas dez dias os An-124 voaram para a Romênia, Polônia e Eslováquia, onde mais de 200 toneladas de suprimentos médicos e medicamentos foram transportados. A maior parte dos voos foram em apoio a Otan, que está montando uma força tarefa entre os países da aliança no combate ao COVID-19. A escolha do An-124, assim como do irmão maior, ocorreu pelo volume interno, visto que os itens transportados, como máscaras e testes, possuem pouca massa, mas ocupam grandes volumes. Além disso, um dos aviões esteve recentemente em Brasília, para trazer suprimentos de prevenção e combate ao coronavírus ao Brasil.
O An-124 e An-225 compartilham a mesma estrutura da fuselagem, alongada no segundo, que possibilita uma elevada cubagem em ambos os modelos | Foto: NSPA-NATO
A Antonov Airlines é a única operadora civil do An-22, gigante turbo-hélice que possui capacidade para 60.000 kg de carga | Foto: Antonov Company
Quem também esteve envolvido em voos recentemente foi o veterano An-22, um gigantesco turbo-hélice, com quatro motores com pás contra rotativas e capacidade para até 60 toneladas. O avião fez sua estreia em 1964, com a primeira aparição internacional no ano seguinte no Paris Air Show. O imponente avião foi utilizado especialmente por forças militares, mas recentemente a Antonov Airlines passou a utilizar o turbo-hélice em seus voos comerciais. Com 41 recordes mundiais na categoria, o An-22 se mostrou novamente uma importante peça na logística para locais com difícil acesso ou em tempos de crise, onde se busca o máximo de capacidade de transporte disponível.
Por Gabriel Benevides e Edmundo Ubiratan
Publicado em 14/04/2020, às 14h00 - Atualizado às 22h43
+lidas