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Aviação alerta para riscos da volta de bombeiros militares aos aeroportos

Entidades do setor aéreo alertam para riscos da substituição de bombeiros civis por militares em aeroportos


Entidades pedem manutenção de modelo especializado, citam riscos à segurança e aumento de custos com a possível substituição - Grupo Med+
Entidades pedem manutenção de modelo especializado, citam riscos à segurança e aumento de custos com a possível substituição - Grupo Med+

A possível substituição dos bombeiros civis especializados por bombeiros militares nos serviços de resgate em aeroportos brasileiros tem gerado preocupação entre entidades do setor aéreo.

A proposta, que está em discussão no governo federal, foi levada diretamente ao ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, por representantes da categoria, que alertam para impactos econômicos, operacionais e de segurança.

Atualmente, mais de 3.500 bombeiros civis atuam em 37 terminais públicos e privados no Brasil, com formação específica para operações em aeródromos. Segundo os representantes da categoria, o retorno de bombeiros militares ao serviço comprometeria normas internacionais de segurança, aumentaria os custos públicos e levaria à demissão desses profissionais, além de romper contratos em vigor com empresas operadoras.

Entidades como o Sindicato dos Bombeiros Civis do Distrito Federal (SidBombeiros-DF) e a Federação Nacional dos Trabalhadores de Bombeiros de Aeródromo (Fenabci) defendem a manutenção do modelo atual, que consideram mais eficiente e economicamente viável. Em reunião com o ministro, as entidades entregaram um documento técnico solicitando a consolidação normativa da estrutura especializada, a criação de um selo de excelência operacional e a adoção de indicadores públicos de desempenho.

A substituição por bombeiros militares não atende às exigências técnicas do ambiente aeroportuário e representa um retrocesso. Embora capacitados para outras funções, esses profissionais não dominam os protocolos específicos de aeródromos”, disse Felipe Araújo Sousa, presidente do SidBombeiros-DF. Ele acrescentou que a mudança resgataria práticas consideradas ineficazes, como as que antecederam o caos aéreo de 2006 e 2007.

Segundo a Fenabci, a presença de militares pode afetar diretamente os Planos de Emergência dos Aeródromos (PLEM), que seguem padrões internacionais e exigem treinamento contínuo e integração com sistemas de controle de tráfego aéreo. A entidade ressalta que o modelo atual já é regulado, testado e oferece resposta rápida e alinhamento com normas globais.

O setor agora aguarda um posicionamento oficial do Ministério de Portos e Aeroportos e da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). Especialistas alertam que a remilitarização pode gerar insegurança jurídica para concessionárias e prejudicar a imagem do sistema aeroportuário brasileiro.

Por Marcel Cardoso
Publicado em 08/05/2025, às 09h09


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