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Autonomia de aviões pode aumentar com linha de pintura sustentável

Nova linha de pintura da Airbus utiliza soluções sustentáveis para diminuir emissões e aumentar a autonomia de aviões


Tanque de combustível integrado na fuselagem do Airbus A321XLR - Aerotec
Tanque de combustível integrado na fuselagem do Airbus A321XLR - Aerotec

A linha de pintura que está sendo desenvolvida como um sistema pronto para uso para a Premium Aerotec, subsidiária da Airbus, é o maior projeto individual realizado pela equipe de engenharia mecânica e industrial para o grupo do fabricante europeu.

O novo sistema será utilizado para revestir o tanque adicional que aumenta a autonomia do A321XLR. Pela primeira vez, um sistema de purificação de exaustão totalmente elétrico será integrado a uma das linhas de pintura na planta de Augsburg, com o objetivo de reduzir as emissões de CO2. Por ser totalmente elétrico, o processo pode operar sem emissões adicionais, usando eletricidade proveniente de fontes renováveis.

O tanque de combustível integrado à fuselagem da aeronave é um componente essencial na adaptação dos modelos de curta e média distância para a nova versão XLR ("eXtra Long Range") de longa distância. Conhecido como tanque central traseiro (RCT), sua capacidade de 13.000 litros proporciona à aeronave uma autonomia de 8.700 quilômetros. 

A nova linha de pintura inclui cabines para processos de selagem, limpeza e pintura, além de testes de superfície e de vazamento. Os requisitos de resistência à corrosão e à difusão são elevados, uma vez que a superfície do tanque deve suportar condições extremas na parte inferior da aeronave sem corroer.

Para atender aos altos requisitos de proteção de superfície, as cabines de pintura precisam manter temperaturas e umidade estáveis. O processo de condicionamento de ar consome muita energia, especialmente para a aplicação manual de tintas. O uso de ar recirculado não é permitido, o que faz com que as cabines operem com ar de insuflamento e exaustão.

Para que o processo tenha mais eficiência energética para a Airbus, estamos implantando um sistema de dutos de ar específico para o componente, que reduz imensamente o volume de ar necessário, mas ainda atende aos requisitos e padrões de segurança. Quanto menor a necessidade de condicionamento de ar, menor o consumo de energia”, disse Marc Furmannek, Gerente Principal de Contas da Dürr.

Sistemas de recuperação de energia também são utilizados, reciclando 65% da energia contida no ar de exaustão, o que minimiza ainda mais o consumo energético. Foi escolhido um sistema de purificação de ar totalmente elétrico, o Oxi.X RV, que utiliza oxidação térmica regenerativa (RTO) em um modo de operação sem chamas e com um design exclusivo. A purificação do ar de exaustão ocorre dentro do trocador de calor, sem chamas abertas, o que resulta em emissões reduzidas de óxidos de nitrogênio.

Os fluxos de ar de exaustão têm concentrações de solvente muito baixas. No entanto, devido ao alto volume de ar de exaustão, um Sorpt.X CD é instalado antes do Oxi.X RV para concentrar esses fluxos. Esse processo reduz o volume e aumenta a concentração de solvente em até quarenta vezes a concentração original do poluente.

Essa técnica permite que o Oxi.X RV seja menor e não exija energia de aquecimento adicional durante a operação, o que impacta positivamente a relação custo-benefício da purificação do ar de exaustão.

Por Marcel Cardoso
Publicado em 06/09/2024, às 09h01


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