Bombardier estuda o conceito de asa voadora para utilizar em aviões executivos do futuro
O conceito de asa voadora na aviação civil ganhou novo impulso com a proposta Bombardier de desenvolver um jato executivo blended-wing. O avião ainda não passa de um estudo preliminar conceitual, com ensaios aerodinâmicos.
A apresentação do modelo em escala, usado em testes de túnel de vendo, foi feito na Ebace 2022, o maior encontro da aviação executiva na Europa, que aconteceu nesta semana em Genebra, na Suíça.
Mesmo sendo um conceito, a Bombardier está utilizando o modelo em escala para promover melhorias aerodinâmicas que podem ser utilizados nos aviões existentes e em novos projetos em andamento, como o Global 8000.
O uso de uma asa voadora é um antigo plano na aviação civil, se beneficiando de uma maior eficiência aerodinâmica e redução do consumo de combustível, aliado a possibilidade de cabines maiores e velocidades mais elevadas.
A extinta McDonnell Douglas estudou o conceito de blended-wing nos anos 1990, mas enfrentou como maior desafio a questão regulatória, visto que a cabine de passageiros não atendia aos requisitos legais dos modelos de evacuação em caso de emergência.
Ainda assim, a asa voadora se provou um modelo viável na aviação militar, com o desenvolvimento e operação do B-2 Spirit e em breve com o B-21 Raider. O estudo para uso de uma aeronaves que sua estrutura básica é uma asa existe há várias décadas, mas sua viabilidade aerodinâmica esbarra em desafios tecnológicos importantes, como a necessidades de um complexo sistema de gerenciamento de voo e recursos de pilotagem eletrônica, que agregam elevado custo de desenvolvimento e operação.
Um modelos em escala maior será criado nos próximos meses, para avaliar o comportamento em voo de um avião civil com formato de asa voadora, ajudando a obter novos e importantes dados sobre a eficiência e desafios dessa arquitetura.
Por ora, a Bombardier trabalha nos estudos de viabilidade aerodinâmica, avaliando as vantagens oferecidas pela asa voadora, mas tem focado seus esforços em obter um novo sistema de propulsão mais eficiente e tecnicamente viável no curto prazo. Uma das soluções atuais é o uso de combustível renovável de aviação, que poderá reduzir os custos e as emissões de poluentes.
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Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 27/05/2022, às 13h58
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