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Após prejuízo de US$ 8 bilhões

Lufthansa diz se preparar para forte crescimento da demanda

Grupo alemão planeja oferecer até 70% da capacidade pré-covid no curto prazo


Lufthansa prevê aposentar aeronaves antes do previsto e está reestruturando planos de curto prazo

O Grupo Lufthansa apresentou os resultados financeiros de 2020 que foi fortemente impactado pela crise gerada pela pandemia de covid-19.

A receita do Grupo Lufthansa caiu para US$ 16,7 bilhões em 2020, ante resultado de US$ 43,8 bilhões um ano antes. Apesar das rápidas e extensas reduções de custo, o grupo teve um lucro bruto (EBIT, na sigla em inglês) negativo de US$ 6,62 bilhões, enquanto no ano anterior houve lucro de US$ 2,4 bilhões.

Um dos maiores impactos causados pela crise foi a fuga de caixa operacional no quarto trimestre de 2020, de cerca de US$ 360 milhões por mês. O prejuízo líquido totalizado no ano foi de US$ 8,06 bilhões, enquanto em 2019, houve lucro de US$ 1,44 bilhão.

A Lufthansa iniciou um extenso processo de reestruturação em todo o grupo, reduzindo gastos com pessoal, acordos com parceiros sociais e redução da jornada de trabalho. No final do ano de 2020, o número de funcionários era cerca de 20% menor do que no ano anterior, com pouco mais de 110.000 trabalhadores em todo o mundo.

Para o ano a Lufthansa espera que a capacidade de oferta aumente para 40 a 50% dos níveis pré-pandemia, com a expectativa de que fluxos de caixa operacionais positivos serão gerados quando a capacidade em oferta estiver acima de 50%. O grupo afirma que pode aproveitar as oportunidades de mercado no curto prazo e que a expansão no setor de carga continua.

"As últimas transações mostraram quanta confiança o mercado tem em nossa empresa. O Grupo Lufthansa estará bem financiado depois de 2021. Isso também é ajudado pelos elementos do pacote de estabilização anteriormente não utilizados, dos quais podemos recorrer para fortalecer ainda mais nosso balanço patrimonial", destacou Remco Steenbergen, diretor financeiro da Lufthansa.

A Lufthansa tem realizado um complexo processo de análise de frota, estudando a aposentadoria de diversos modelos, especialmente unidades com mais de 25 anos de uso. Embora parte dos aviões já estivesse próximo da aposentadoria, a empresa estuda antecipar o processo.

"Estamos examinando se todas as aeronaves com mais de 25 anos permanecerão em solo permanentemente”, explicou Carsten Spohr, CEO da Lufthansa.

O grupo está confiante que a vacina permitirá retomar a confiança das viagens internacionais, ainda que o setor se prepare para uma redução considerável dos passageiros de negócios, visto que milhares de empresas passaram a usar mais ostensivamente reuniões por videoconferência. “A partir do verão esperamos que a demanda recupere assim que os limites restritivos de viagem forem reduzidos por uma nova implementação de testes e vacinas. Estamos preparados para oferecer para 70% de nossa capacidade pré-crise novamente no curto prazo conforme a demanda aumenta", disse Spohr.

Ainda que permaneça como o maior grupo de aviação comercial da Europa, incluindo atividades de manutenção, engenharia, entre outros, a Lufthansa deverá sair da crise menor do que entrou. A expectativa é que todos os negócios da empresa sejam reduzidos, mas mantendo boa rentabilidade já no curto prazo. “Com um Grupo Lufthansa menor, mais ágil e mais sustentável, queremos manter nossa posição de liderança em todo o mundo e garantir o emprego de cerca de 100.000 funcionários a longo prazo”, destacou Spohr.

Por Marcel Cardoso
Publicado em 07/03/2021, às 18h00


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