Apenas algumas companhias aéreas da américa latina reduziram ou cancelaram as suas frequências para a Ásia e Europa.
Com o avanço do coronavírus, a aviação mundial está enfrentando uma das mais difíceis crises de saúde dos últimos anos, trazendo impactos para as companhias aéreas e fabricantes de todo o mundo.
Apesar da demanda pelas viagens internacionais ser considerada boa na américa latina, algumas companhias aéreas tiveram que fazer alterações nas suas rotas, o que inclui a diminuição de frequências e cancelamentos de rotas por determinados períodos.
Recentemente, a Latam suspendeu a rota São Paulo-Milão, mas acrescentou que não planeja suspender mais rotas por conta do surto de coronavírus, já a Aerolíneas Argentinas, reduziu as suas frequências de cinco para três voos semanais entre Buenos Aires e Roma.
No início desta semana, a Aeroméxico anunciou que irá reduzir pela metade os seus voos diários entre a Cidade do México e Seul. Anteriormente, a Air China havia anunciado a suspensão da rota Pequim-Houston-Panamá, sem previsão de retorno.
Segundo o CEO da Avianca, Anko Van der Werff, o coronavírus não irá se espalhar na América Latina, e afirmou que a Avianca pode ter um ano melhor que 2019.
Pelo cenário atual, parece que as companhias latino-americanas não estão preocupadas com o coronavírus, cenário bem diferente das companhias da Europa e das regiões da Ásia-Pacífico.
Segundo a IATA, os mercados em todo o mundo, exceto na América Latina e África, deverão sofrer grandes perdas nas receitas de passageiros. A IATA apontou que a demanda internacional de passageiros em janeiro de 2020 cresceu em todas as regiões, exceto na América Latina. A organização declarou:
“O tráfego das companhias aéreas latino-americanas agora está particularmente abaixo do esperado por quatro meses consecutivos, reflexos da recente agitação social e dificuldades econômicas em vários países da região não relacionados ao COVID-19”.
Nos últimos anos, diversas companhias aéreas latino-americanas têm perdido dinheiro de maneira contínua. Segundo a IATA, no ano de 2019, as companhias aéreas da região tiveram uma perda de US$ 1,32 por cada passageiro transportado.
O objetivo em 2020 era obter US$ 0,42 por cada passageiro, comentou a IATA durante o evento Media Days em Genebra em dezembro do ano passado. Agora com os resultados de 2020 comprometidos por conta do coronavírus, essa previsão parece cada vez mais improvável, além disso, a agitação política e social continuará afetando a indústria da aviação local na América Latina.
Por Gabriel Benevides
Publicado em 07/03/2020, às 22h00 - Atualizado às 23h18
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