Diretoria da empresa alemã não descarta oficializar a retirada imediata do super jumbo da frota
Continuidade do A380 na frota da Lufthansa é incerto
Enfrentando uma grande reestruturação, o grupo Lufthansa não descarta aposentar definitivamente sua frota de A380. O super jumbo que vinha obtendo bons resultados pela empresa alemã poderá não resistir as cortes emergenciais que estão sendo feitos para ajustar a capacidade a nova realidade criada pela pandemia.
O relatório do terceiro trimestres da Lufthansa aponta que está confirmado o fim das operações de seis A380, mas destaca que, presumidamente, os oito aviões remanecentes poderão não retornar do estacionamento de longa duração.
“Com base planejamento atual da frota e as resoluções tomadas pelo Conselho de Administração [do Lufthansa Group], presume-se que cinco Boeing 747, oito Airbus A380, 17 Airbus A340, onze Airbus A320, cinco Airbus A319 próprios e outros dez alugados Airbus A319 da Lufthansa [...] serão aposentados permanentemente”, informa trecho do relatório.
Uma eventual aposentadoria do A380 na Lufthansa será um duro golpe no futuro do avião e que na Europa poderá pemanecer em serviço, por ora, apenas na British Airways. Diversos operadores anunciaram o fim dos serviços com o super jumbo da Airbus, que além de seu elevado custo operacional oferece pouca flexibilidade de rotas.
Ainda que a pandemia tenha antecipado a decisão de diversas empresas aéreas em retirar o A380 de operação, o movimento de aposentadoria do modelo já estava em curso. A Air France já havia anunciado uma data para o fim dos voos com o gigante antes do surgimento da covid-19, enquanto a Singapore não tinha planos de substituir os aviões que seriam retirados de serviço no médio prazo.
Atualmente os seis A380 da Lufthansa que deixarão definitivamente a frota estão em Teruel, na Espanha, onde aguardam uma definição se serão vendidos ou canibalizados. Em Frankfurt, principal hub da Lufthansa, estão os aviões que contam agora com a sorte para voltar ao serviço, ainda que com poucas chances.
Uma eventual suspensão de longo prazo nas operações dos oito A380 remanescentes implica em um aquecimento imediato da demanda por viagens aéreas, permitindo um melhor planejamento do fluxo de caixa de curto e médio prazo. A Lufthansa tem utilizado parte do caixa para manutenção de aeronaves estocadas, o que pode se tornar inviável nos próximos meses e que selará o futuro do A380 na empresa.
Caso seja confirmado o fim das operações com o A380 o enxugamento da frota da Lufthansa será mais drástico do que o inicialmente anunciado, superado a marca de cem aviões definitivamente retirados de serviço.
Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 06/11/2020, às 11h00 - Atualizado às 11h50
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