Primeiro voo com passageiros do quadrimotor da Airbus completou três décadas
Exatos 30 anos atrás, no dia 15 de março de 1993, o A340 fazia o seu primeiro voo comercial, colocando a Airbus em um novo segmento de aviões comerciais de alta capacidade e grande alcance.
O pioneiro voo, entre Frankfurt, na Alemanha, eNova York, nos Estados Unidos, foi relizado por um A340-200, de matrícula D-AIBA, da Lufthansa. Entregue em 29 de janeiro, o avião passou algumas semanas em validação e transportou passageiros pela companhia alemã até janeiro de 2003, quando foi arrendada pela South African Airways, que passou a utilizá-la apenas para treinamento de tripulações.
Nos mais de vinte anos de fabricação do A340, a Airbus lançou quatro variantes. O primeiro, o A340-200 teve capacidade entre 201 e 250 passageiros e alcance de aproximadamente 12.400 quilômetros. Em paralelo foi lançado o A340-300, a mais bem sucedida de todas, uma versão alongada, com capacidade para até 290 passageiros e alcance de 13.500 quilômetros. Ambos se destacaram por usar os motores CFM International CFM56-5C, variante praticamente idêntica do usado pela família A320. A opção pelo CFM56 reduziu os custos de desenvolvimento e ofereceu ao mercado um quadrimotor de grande capacidade usando motores similares as versões remotorizadas do Boeing 707 e DC-8, mas com considerável redução nos custos por assento-quilômetro.
Nos anos 2000 a Airbus lançou o A340-500, este operado no Brasil pela extinta TAM Linhas Aéreas, e focado no mercado de ultralongo alcance, podendo voar por até 16.600 quilômetros, com capacidade entre 270 e 310 lugares. O modelo por vários anos foi o avião comercial com mais alcance do mercado. Por fim, uma versão alongada, o A340-600, com 74,77 metros de comprimento (dez a mais que o A350-500) foi o maior avião da família, podendo transportar até 370 passageiros e com alcance na ordem de 14.400 quilômetros. Ambas as séries eram equipadas com os motores Rolls-Royce Trent 500, com até 61.900 lbf, cada, quase o dobro dos motores CFM56-5C.
O projeto que deu origem ao A330/A340 trouxe um projeto bastante flexível, agregando dois diferenciais importantes. O primeiro o cockpit que era praticamente igual da família A320, com diferenças pontuais, inclusive na pilotagem. Assim, o piloto do A320 poderia voar a família A330/A340 com um curso de adaptação de poucas horas, sem exigir uma nova carteira.
Outra importante característica era o A330 e o A340 serem essencialmente o mesmo avião. As asas são exatamente as mesmas, onde dependendo da versão ganhava dois ou quatro motores. Isso reduziu não apenasos riscos de desenvolvimento e produção, mas em especial os custos para empresas aéreas que voavam com ambos os modelos. O cockpit mudava basicamente os manetes de aceleração e os sistemas de motor, todo o resto é a mesma aeronave.
En noviembre de 2007, TAM Linhas Aéreas 🇧🇷 incorporó sus dos únicos Airbus A340-500 (PT-MSL y PT-MSN).
— Vuelos y Spotters ✈ (@SpottersArg) February 6, 2023
Ambos fueron retirados de la flota en octubre de 2011. pic.twitter.com/7EdSu2atxj
No total, foram mais de 370 unidades de série fabricadas, tendo como principais clientes a Air France e a Lufthansa, esta última ainda mantém em serviço algumas unidades das variantes -300 e -600.
Em novembro de 2011, poucos dias após o vigésimo aniversário do seu primeiro voo, a Airbus anunciou o fim da produção do A340, sob justificativa da baixa demanda, em especial pelo lançamento do A350, que oferecia maior capacidade e com menor consumo de comvustível.
Em janeiro de 2019, AERO Magazine falou mais sobre a história do Airbus A340.
Por Marcel Cardoso
Publicado em 15/03/2023, às 15h54
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